LIÇÕES BÍBLICAS 4º TRIMESTRE
2012
Tema: "OS DOZE PROFETAS
MENORES"
" Advertências e Consolações para a Santificação da Igreja de Cristo "
" Advertências e Consolações para a Santificação da Igreja de Cristo "
Lição 7 - MIQUÉIAS - A
IMPORTÂNCIA DA OBEDIÊNCIA
INTRODUÇÃO
- Em continuidade ao estudo acerca dos profetas menores,
falaremos um pouco sobre o profeta hebreu
Miquéias, classificado teologicamente como um
dos profetas que proferiu sua mensagem no Israel Antigo contra as
injustiças sociais que estavam sorrateiramente sendo praticadas e permitidas
pelos líderes políticos e religiosos de sua época.
I – ESBOÇO DO LIVRO DE MIQUEIAS
Tema:Quem
é como o Senhor?
- A dramática cinda do Senhor em Julgamento 1.1-2.13
- Sobre as cidades capitais de Samaria e Jerusalém 1.1-9
- Sobre as cidades localizadas a sudoeste de Jerusalém 1.10-16Sobre os crimes
que trazem ocupação estrangeira 2.1-11
- Sobre todos, exceto um restante liberto pelo Senhor 2.12-13
A condenação dos líderes feita
pelo Senhor 3.1-12
- Sobre os líderes que consomem o povo 3.1-4
- Sobre os profetas, exceto Miquéias 3.5-8
- Sobre os oficiais: chefes, sacerdotes e profetas 3.9-12
A vinda do reino universal do
Senhor 4.1-5.15
- Atração de todas as nações pelo nome do Senhor 4.1-5
- Compaixão sobre o povo dependente e rejeitado 4.6-13
- O lugar de nascimento e a administração do Messias
5.1-6
- A restauração de um restante num lugar sem ídolos
5.7-15
A apresentação da contenda do
Senhor 6.1-7.6
- O seu cuidado redentor na sua história 6.1-5
- Suas expectativas para uma reação apropriada 6.6-8
- Seu fundamento para o julgamento do ímpio 6.9-7.6
A salvação do Senhor como a
esperança do povo 7.7-20
- Apesar
do julgamento temporário 7.7-9
- Apesar dos inimigos do povo 7.10—17
- Por causa da sua incomparável compaixão 7.18-20
II – O LIVRO DE MIQUEIAS
1 – O Nome
- De acordo com o dicionário “Wikipédia, Miqueias ou Michaías- (em hebraico: מִיכָיְהוּ, Mikhayhu; em latim: Michaeas) é um personagem bíblico, profeta do século VIII a.C.,
morador de Morasti-Gat, na Shefelá em Judá, talvez tenha
sido um líder (ancião, heb. zaqen) da
comunidade. Atuou em Judá no período de Jotão, Acaz e Ezequias.
- Miquéias nasceu em Morasti (Moréshet),
uma vila no interior do reino de Judá, a oeste de Hebron.
Por sua origem camponesa se assemelha à Amós,
com quem compartilha uma aversão às grandes cidades e uma linguagem concreta e
franca, nas comparações breves e nos jogos de palavras. Ele exerceu sua
atividade entre os reinados de Jotão (Iotâm), Acaz, Ezequias e Manassés, isto é
entre 750 e 680 AC, antes e depois da tomada de Samaria pelos assírios em 721
a.C., tendo sido contemporâneo de Oséias e
de Isaías.
2 – Data e Autoria
- A autoria do livro é atribuída o profeta e por isso é
que leva o próprio nome dele “Miqueias”. O livro é está datado entre 704 e 696
A.C. Miquéias foi contemporâneo de Isaías, no séc. VIII aC. Ambos concentraram
seu ministério no Reino do Sul, Judá, incluindo Samaria (Israel) e “as nações”
no objetivo das sua profecias. Durante alguns anos, no começo da sua carreira,
Miquéias foi, também, contemporâneo de Oséias, um profeta que morava no Reino
do Norte. Miquéias viveu numa cidade localizada a cerca de 32 km a sudoeste de
Jerusalém e profetizou principalmente naquela região.
O Nome de Miquéias, pressupõe uma semelhança com o
Senhor: “Quem, ó Deus, é semelhante a ti”. Miquéias era tão sincero e
completamente comprometido, que ele até quis ir despojado e nu pra fazer com
que sua mensagem fosse compreendida (1.8). A profecia de Miquéias produziu um
impacto que se estendeu muito além do seu ministério local. Um século depois,
sua profecia foi lembrada e citada (Jr 26.17-19), e acontecimentos ocorridos
sete séculos mais tarde atestam a autenticidade da profecia de Miquéias (Mt
2.1-6; Jo 7.41-43).Miquéias profetizou, de acordo com sua própria declaração
(1.1), durante os reinados dos reis do Sul, Jotão (740-731 aC), Acaz (731-716
aC), e Ezequias (716-686 aC). Visto que ele morreu durante a administração de
Ezequias e antes da era que coincide em parte com Manassés (696-642 aC), uma
data entre 704 e 696 a. C. parece ser provável.
3 - Contexto Histórico
- No período entre o início do reino dividido de Salomão
(Israel ao Norte e Judá ao Sul) e a destruição do templo, muitos “altos” haviam
sido introduzidos em Judá através da influência de Samaria. Isso colocou a
idolatria dos cananeus em disputa com a verdadeira adoração no templo do Senhor
(1.5). Miquéias mostra como essa degeneração espiritual levará inevitavelmente
o julgamento sobre toda a terra. E, embora o rei Ezequias tenha tido uma
notável vitória sobre Senaqueribe e o exercito assírio, Judá estava presstes a
cair, a não se que a nação se voltasse para Deus, arrependendo-se de todo
coração.
4 - Conteúdo
- O Livro de Mq é uma profecia
acerca do Senhor, que não tem concorrentes no perdão dos pecados e na compaixão
pelos pecadores. Sua fidelidade compassiva mantém um concerto com Abraão e seus
descendentes. A “excelência do nome do Senhor” (5.4) está caracterizada, bem
como a face do Senhor (3.4), seu louvor (2.9), seus caminhos (4.2), seus
pensamentos (4.12), sua força (5.4), suas justiças (6.5; 7.9) e sua conseqüente
ira (7.9) e furor (5.15; 7.18) contra todas as formas de rebelião moral.
Na visão de abertura, o Senhor vem desde o templo da sua
santidade, para ser testemunha contra o povo (1.2). O fator mais notável no
manejo do Senhor da sua causa é quão fundo ele foi para apresentar sua contenda
(6.2), até mesmo desejando sentar-se à mesa do réu e deixando seu povo levar
qualquer queixa quanto ao modo que o Senhor Deus o tenha tratado (6.3). Além
disso, aquele que verdadeiramente se arrepende terá o Senhor como seu advogado
de defesa (7.9)
Enquanto a Babilônia ainda não era um poder mundial que
podia permanecer independente da Assíria, o cativeiro babilônico (mais de um
século depois) foi claramente predito como o julgamento de Deus contra a
rebelião feita contra ele (1.16; 2.3,10; 4.10; 7.13). Mas, assim como Isaías,
colega de Miquéias, a esperança foi estendida pra um restante a ser restaurado,
que seja desse cativeiro ou de um povo espiritualmente restaurado ( a igreja)
nos dias do Messias (2.12-13; 4.6-7; 5.3,7-8; 7.18). O Senhor libertaria o
restante (2.12-13; 4.3-8,10; 5.9; 7.7)
Miquéias tinha de censurar a liderança da nação por
destruir o rebanho que lhes foi confiado. Entretanto, a grande compaixão de
Deus colore cada uma das sua atitudes e ações em relação ao seu povo,
representando-o como uma filha extraviada (1.13; 4.8,10,13), pois sua
compaixão, que, uma vez, redimiu a Israel do Egito 96.4), irá também redimir
Judá da babilônia (4.10). Sua fidelidade compassiva a Abraão e aos pais (7.20)
é atualizada a cada nova geração. Essa mensagem está focalizada num única
pergunta central para toda a profecia: “Quem, ó Deus, é semelhante a ti, que
perdoas a iniqüidade e que re esqueces da rebelião do restante da tua herança?”
(7.18). A compaixão de Deus (7.18-19) é um atributo precioso a que nenhuma
deidade pode se igualar. A compaixão e a fidelidade do concerto são exclusivos
a Deus. A esperança do povo de viver sob a completa bênção de Deus estava
ligada à vinda de Messias. Deus, em seu amor, prevendo as glórias da sua graça
a ser manifesta em Jesus, manteve-se proclamando aquele Dia e reino futuros
como o acontecimento no qual o fiel devia por sua esperança.
5 -
Cristo Revelado
- As profecias sobre Cristo
fazem o Livro de Miquéias luzir com esperança e encorajamento. O livro se
inicia com uma grandiosa exposição da vinda do Senhor (1.3-5). As profecias
posteriores afirmarão o aspecto pessoal da sua chegada em tempo histórico. Mas
a disposição de Deus para descer e interagir é estabelecida no princípio.
- A primeira profecia messiânica ocorre numa cena
de pastor de ovelhas. Depois que a terra deles havia sido corrompida e
destruída, um restante dos cativos seria reunidos como ovelhas num curral.
Então, alguém quebraria o cercado e os levaria para fora da porta, em direção à
liberdade. (2.12-13). E esse alguém é seu “rei” e “Senhor”. O episódio completo
harmoniza-se belamente com a proclamação de Jesus acerca da liberdade aos
cativos (Lc 4.18), enquanto, na verdade, liberta os cativos espirituais e
físicos. Mq 5.2 é uma das mais famosas profecias de todo o AT. Ela autentica a
profecia bíblica como “a Palavra do Senhor” (1.1; 2.7; 4.2). A expressão “a
Palavra” do Senhor (4.2) é um título aplicável a Cristo (Jo 1.1; Ap 19.13). A
profecia de Mq 5.2 é, explicitamente, messiânica (“Senhor em Israel”) e
especifica seu lugar de nascimento em Belém, num tempo quando Belém era pouco
conhecida. Suas palavras foram pronunciadas muitos séculos antes do
acontecimento; ele não tinha nenhuma sugestão do lugar a que recorrer. Outra
característica dessa profecia é que ela não pode se referir a apenas qualquer
líder que possa ter sua origem em Belém. Cristo é o único a quem ela pode se
referir, porque ela iguala o Senhor com o Eterno: “Cujas origens são desde os
tempos antigos, desde os dias da eternidade.” Esta profecia confirma tanto a
humanidade quanto a divindade do Messias de um modo sublime.
- A profecia de Mq 5.4-5 afirma
a condição de pastor de Messias (“apascentará o povo”), sua unção (“na força do
Senhor”), sua divindade (“na excelência do nome do Senhor”) e sua humanidade
(“seu Deus”), seu domínio universal (“porque agora será ele engrandecido até
aos fins da terra”) e a sua posição como líder de um reino de paz (“E este será
a nossa paz”).
O climax da profecia (7.18-19), mais o versículo final
(7.20), apesar de não incluir o nome do Messias, definitivamente refere-se a
ele. Na expressão da misericórdia e compaixão divinas, ele é Aquele que
“subjugará as nossas iniqüidade”, lançando-as nas profundezas do mar para que Deus
possa perdoar os pecados e trocar o pecado pela verdade.
6 - O Espírito Santo em Ação
- Um referência singular ao ES ocorre no contraste feito
por Mq da autoridade que está por trás de seu ministério com aquela dos
profetas falsos de seus dias. Enquanto outros homens eram feitos corajosos
pelos tóxicos para fabricar contos na forma de profecias, o verdadeiro poder, a
força e justiça que estão por trás da mensagem de Mq vieram da sua unção pela
“força do Espírito do Senhor” (3.8).
III – O LIVRO DE MIQUEIAS E SUAS IMPLICAÇÕES
- Veja o Comentário registrado na Revista Theos –
Revista de Reflexão Teológica da Faculdade Teológica Batista de Campinas.
Campinas: 6ª Edição, V.5 - Nº1 – Junho de 2009. ISSN: 1908-0215.
- O livro de Miquéias apresenta alguns problemas e pontos
interessantes. No capítulo 2, por exemplo, entre os versículos 12 e 13, há uma
passagem que, segundo Champlin (2000), os estudiosos apontam como sendo uma
interpolação, ou seja, uma inserção posterior. Outros estudiosos afirmam
tratar-se de palavras dos “falsos profetas”, os quais desejavam insuflar o povo
com palavras de esperança. Ou, até mesmo, uma própria citação que Miquéias faz
destes profetas. Estas críticas têm o pressuposto de que este texto tenha sido
uma narração pósexílica e não uma visão do profeta. Champlin (2000) defende que
é uma profecia e que foi escrita por Miquéias antes do acontecimento. Isto não
quer dizer necessariamente que se trata de algo metafísico ou sobrenatural,
tendo em vista que, como já dissemos, o profeta era aquele que via além da
superficialidade e, qualquer estudioso da sociedade que olha os fatos
profundidade e conhece a História, é capaz de fazer algumas deduções. Outro
problema também seria a semelhança da passagem de Miquéias 4:1 a 3 com o livro
do profeta Isaías 2:2 a 4. Para Champlin (2000), haveria um escritor anterior
que serviu de base para ambos. Já os versículos 10 a 16 do capítulo primeiro,
para Dillard (2006) seria uma descrição profética da
rota tomada pelo exército de Senaqueribe
em marcha parJerusalém.
- Bernhard Stade, entre 1881 e 1884, conforme os autores
citados nas referências, foi o primeiro pesquisador que colocou em dúvida a
unidade literária do livro de Miquéias, isto é, de que o profeta seria o autor de
todo o seu conteúdo. Segundo ele, apenas os três primeiros capítulos do livro
seriam de autoria de Miquéias. Os outros teriam sido acrescentados por
copistas no período pós-exílico, isto é,
depois que os hebreus regressaram do
cativeiro babilônico. Sicre nomeia este possível autor posterior de
“Dêutero-Miquéias” e seria um “profeta anônimo do reino do norte”. (2000,
727p.) Interessante que Champlin (2000) defende a autoria completa do livro por
Miquéias com base na tríplice divisão que o livro faz com a palavra “ouvi”,
conforme demonstraremos abaixo. Para Dillard (2000), o profeta não teria
proferido todos os oráculos de uma só vez, mas, pelo contrário, o livro teria
levado muito tempo para se formar e se tornou em uma antologia das suas profecias.
- O livro canônico de Miquéias é divido em três partes e,
estas, por sua vez, se divide em duas. As três divisões do livro se dão nos
versículos de 1:2, 3:1 e 6:1, quando o profeta exorta o povo a ouvir: “ouvi”.
Dentro destas divisões, podemos encontrar uma dupla divisão, ou seja, na
primeira parte, em nome da divindade que representa, o profeta dá uma palavra
de juízo e, na segunda parte, também em nome da divindade, este mesmo profeta
dá uma palavra esperança.
CONCLUSÃO
- Chegamos a conclusão que carecemos de profetas da
parte de Deus nesses últimos dias, pois a injustiça social por causa da
concentração de renda nas mãos de poucas pessoas da classe dominante, como
também a mercantilização descarada do sagrado por parte dos líderes religiosos,
não é algo mas em segredo, pois os que fazem “tais injustiças” nunca conhecerem
o temor de Deus e são alvo do juízo divino que em breve não tardará (Ec 12:13).
Cabe à igreja de Cristo aqui na terra, tal qual o profeta Miquéias, proclamar
uma renovação espiritual e urgir uma na conformação com esse mundo vil.
Bibliografia
- Bíblia Plenitude
- Dicionário Online
- Apontamentos Teológicos do Autor
- Dicionário Wikipédia
- Revista Theos – Revista de Reflexão Teológica da
Faculdade Teológica Batista de Campinas. Campinas: 6ª Edição, V.5 - Nº1 – Junho
de 2009. ISSN: 1908-0215.
Pr. Josafá Batista Soares - Presidente do Campo da Assembléia de
Deus na cidade de Ibotirama-Ba. Pós-Graduado em Docência do Ensino Superior,
Bacharel em Teologia Convalidado pelo MEC, Membro do CEECRE (Conselho Estadual
de Educação e Cultura Religiosa), Diretor da ESTEADI (Escola Teológica da
Assembléia de Deus em Ibotirama, Conferencista, Seminaristas, Escritor e
fundador dos Congressos EBD no Campo de Camaçari-Ba.
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