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16 de novembro de 2012

MIQUEIAS – A IMPORTÂNCIA DA OBEDIÊNCIA



LIÇÕES BÍBLICAS 4º TRIMESTRE 2012
Tema: "OS DOZE PROFETAS MENORES"
" Advertências e Consolações para a Santificação da Igreja de Cristo "

Lição 7 - MIQUÉIAS - A IMPORTÂNCIA DA OBEDIÊNCIA
INTRODUÇÃO
- Em continuidade ao estudo acerca dos profetas menores, falaremos um pouco sobre  o  profeta  hebreu  Miquéias,  classificado  teologicamente  como  um  dos  profetas que  proferiu sua mensagem no Israel Antigo contra as injustiças sociais que estavam sorrateiramente sendo praticadas e permitidas pelos líderes políticos e religiosos de sua época.
I – ESBOÇO DO LIVRO DE MIQUEIAS
Tema:Quem é como o Senhor?
               - A dramática cinda do Senhor em Julgamento 1.1-2.13
               - Sobre as cidades capitais de Samaria e Jerusalém 1.1-9
                 - Sobre as cidades localizadas a sudoeste de Jerusalém 1.10-16Sobre os crimes que trazem     ocupação estrangeira 2.1-11
               - Sobre todos, exceto um restante liberto pelo Senhor 2.12-13
 A condenação dos líderes feita pelo Senhor 3.1-12
- Sobre os líderes que consomem o povo 3.1-4
- Sobre os profetas, exceto Miquéias 3.5-8
- Sobre os oficiais: chefes, sacerdotes e profetas 3.9-12
 A vinda do reino universal do Senhor 4.1-5.15
- Atração de todas as nações pelo nome do Senhor 4.1-5
- Compaixão sobre o povo dependente e rejeitado 4.6-13
- O lugar de nascimento e a administração do Messias 5.1-6
- A restauração de um restante num lugar sem ídolos 5.7-15
 A apresentação da contenda do Senhor 6.1-7.6
- O seu cuidado redentor na sua história 6.1-5
- Suas expectativas para uma reação apropriada 6.6-8
- Seu fundamento para o julgamento do ímpio 6.9-7.6
 A salvação do Senhor como a esperança do povo 7.7-20
Apesar do julgamento temporário 7.7-9
- Apesar dos inimigos do povo 7.10—17
- Por causa da sua incomparável compaixão 7.18-20

II – O LIVRO DE MIQUEIAS
1 – O Nome
-  De acordo com o dicionário “WikipédiaMiqueias ou Michaías- (em hebraico: מִיכָיְהוּMikhayhu; em latimMichaeas) é um personagem bíblicoprofeta do século VIII a.C., morador de Morasti-Gat, na Shefelá em Judá, talvez tenha sido um líder (ancião, heb. zaqen) da comunidade. Atuou em Judá no período de JotãoAcaz e Ezequias.
- Miquéias nasceu em Morasti (Moréshet), uma vila no interior do reino de Judá, a oeste de Hebron. Por sua origem camponesa se assemelha à Amós, com quem compartilha uma aversão às grandes cidades e uma linguagem concreta e franca, nas comparações breves e nos jogos de palavras. Ele exerceu sua atividade entre os reinados de Jotão (Iotâm), AcazEzequias e Manassés, isto é entre 750 e 680 AC, antes e depois da tomada de Samaria pelos assírios em 721 a.C., tendo sido contemporâneo de Oséias e de Isaías.
2  –  Data e Autoria
- A autoria do livro é atribuída o profeta e por isso é que leva o próprio nome dele “Miqueias”. O livro é está datado entre 704 e 696 A.C. Miquéias foi contemporâneo de Isaías, no séc. VIII aC. Ambos concentraram seu ministério no Reino do Sul, Judá, incluindo Samaria (Israel) e “as nações” no objetivo das sua profecias. Durante alguns anos, no começo da sua carreira, Miquéias foi, também, contemporâneo de Oséias, um profeta que morava no Reino do Norte. Miquéias viveu numa cidade localizada a cerca de 32 km a sudoeste de Jerusalém e profetizou principalmente naquela região.
O Nome de Miquéias, pressupõe uma semelhança com o Senhor: “Quem, ó Deus, é semelhante a ti”. Miquéias era tão sincero e completamente comprometido, que ele até quis ir despojado e nu pra fazer com que sua mensagem fosse compreendida (1.8). A profecia de Miquéias produziu um impacto que se estendeu muito além do seu ministério local. Um século depois, sua profecia foi lembrada e citada (Jr 26.17-19), e acontecimentos ocorridos sete séculos mais tarde atestam a autenticidade da profecia de Miquéias (Mt 2.1-6; Jo 7.41-43).Miquéias profetizou, de acordo com sua própria declaração (1.1), durante os reinados dos reis do Sul, Jotão (740-731 aC), Acaz (731-716 aC), e Ezequias (716-686 aC). Visto que ele morreu durante a administração de Ezequias e antes da era que coincide em parte com Manassés (696-642 aC), uma data entre 704 e 696 a. C. parece ser provável.
3  -  Contexto Histórico
- No período entre o início do reino dividido de Salomão (Israel ao Norte e Judá ao Sul) e a destruição do templo, muitos “altos” haviam sido introduzidos em Judá através da influência de Samaria. Isso colocou a idolatria dos cananeus em disputa com a verdadeira adoração no templo do Senhor (1.5). Miquéias mostra como essa degeneração espiritual levará inevitavelmente o julgamento sobre toda a terra. E, embora o rei Ezequias tenha tido uma notável vitória sobre Senaqueribe e o exercito assírio, Judá estava presstes a cair, a não se que a nação se voltasse para Deus, arrependendo-se de todo coração.
4  -  Conteúdo
     - O Livro de Mq é uma profecia acerca do Senhor, que não tem concorrentes no perdão dos pecados e na compaixão pelos pecadores. Sua fidelidade compassiva mantém um concerto com Abraão e seus descendentes. A “excelência do nome do Senhor” (5.4) está caracterizada, bem como a face do Senhor (3.4), seu louvor (2.9), seus caminhos (4.2), seus pensamentos (4.12), sua força (5.4), suas justiças (6.5; 7.9) e sua conseqüente ira (7.9) e furor (5.15; 7.18) contra todas as formas de rebelião moral.
Na visão de abertura, o Senhor vem desde o templo da sua santidade, para ser testemunha contra o povo (1.2). O fator mais notável no manejo do Senhor da sua causa é quão fundo ele foi para apresentar sua contenda (6.2), até mesmo desejando sentar-se à mesa do réu e deixando seu povo levar qualquer queixa quanto ao modo que o Senhor Deus o tenha tratado (6.3). Além disso, aquele que verdadeiramente se arrepende terá o Senhor como seu advogado de defesa (7.9)
Enquanto a Babilônia ainda não era um poder mundial que podia permanecer independente da Assíria, o cativeiro babilônico (mais de um século depois) foi claramente predito como o julgamento de Deus contra a rebelião feita contra ele (1.16; 2.3,10; 4.10; 7.13). Mas, assim como Isaías, colega de Miquéias, a esperança foi estendida pra um restante a ser restaurado, que seja desse cativeiro ou de um povo espiritualmente restaurado ( a igreja) nos dias do Messias (2.12-13; 4.6-7; 5.3,7-8; 7.18). O Senhor libertaria o restante (2.12-13; 4.3-8,10; 5.9; 7.7)
Miquéias tinha de censurar a liderança da nação por destruir o rebanho que lhes foi confiado. Entretanto, a grande compaixão de Deus colore cada uma das sua atitudes e ações em relação ao seu povo, representando-o como uma filha extraviada (1.13; 4.8,10,13), pois sua compaixão, que, uma vez, redimiu a Israel do Egito 96.4), irá também redimir Judá da babilônia (4.10). Sua fidelidade compassiva a Abraão e aos pais (7.20) é atualizada a cada nova geração. Essa mensagem está focalizada num única pergunta central para toda a profecia: “Quem, ó Deus, é semelhante a ti, que perdoas a iniqüidade e que re esqueces da rebelião do restante da tua herança?” (7.18). A compaixão de Deus (7.18-19) é um atributo precioso a que nenhuma deidade pode se igualar. A compaixão e a fidelidade do concerto são exclusivos a Deus. A esperança do povo de viver sob a completa bênção de Deus estava ligada à vinda de Messias. Deus, em seu amor, prevendo as glórias da sua graça a ser manifesta em Jesus, manteve-se proclamando aquele Dia e reino futuros como o acontecimento no qual o fiel devia por sua esperança.

      5  -  Cristo Revelado
     - As profecias sobre Cristo fazem o Livro de Miquéias luzir com esperança e encorajamento. O livro se inicia com uma grandiosa exposição da vinda do Senhor (1.3-5). As profecias posteriores afirmarão o aspecto pessoal da sua chegada em tempo histórico. Mas a disposição de Deus para descer e interagir é estabelecida no princípio.
 - A primeira profecia messiânica ocorre numa cena de pastor de ovelhas. Depois que a terra deles havia sido corrompida e destruída, um restante dos cativos seria reunidos como ovelhas num curral. Então, alguém quebraria o cercado e os levaria para fora da porta, em direção à liberdade. (2.12-13). E esse alguém é seu “rei” e “Senhor”. O episódio completo harmoniza-se belamente com a proclamação de Jesus acerca da liberdade aos cativos (Lc 4.18), enquanto, na verdade, liberta os cativos espirituais e físicos. Mq 5.2 é uma das mais famosas profecias de todo o AT. Ela autentica a profecia bíblica como “a Palavra do Senhor” (1.1; 2.7; 4.2). A expressão “a Palavra” do Senhor (4.2) é um título aplicável a Cristo (Jo 1.1; Ap 19.13). A profecia de Mq 5.2 é, explicitamente, messiânica (“Senhor em Israel”) e especifica seu lugar de nascimento em Belém, num tempo quando Belém era pouco conhecida. Suas palavras foram pronunciadas muitos séculos antes do acontecimento; ele não tinha nenhuma sugestão do lugar a que recorrer. Outra característica dessa profecia é que ela não pode se referir a apenas qualquer líder que possa ter sua origem em Belém. Cristo é o único a quem ela pode se referir, porque ela iguala o Senhor com o Eterno: “Cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade.” Esta profecia confirma tanto a humanidade quanto a divindade do Messias de um modo sublime.
     - A profecia de Mq 5.4-5 afirma a condição de pastor de Messias (“apascentará o povo”), sua unção (“na força do Senhor”), sua divindade (“na excelência do nome do Senhor”) e sua humanidade (“seu Deus”), seu domínio universal (“porque agora será ele engrandecido até aos fins da terra”) e a sua posição como líder de um reino de paz (“E este será a nossa paz”).
O climax da profecia (7.18-19), mais o versículo final (7.20), apesar de não incluir o nome do Messias, definitivamente refere-se a ele. Na expressão da misericórdia e compaixão divinas, ele é Aquele que “subjugará as nossas iniqüidade”, lançando-as nas profundezas do mar para que Deus possa perdoar os pecados e trocar o pecado pela verdade.
6  - O Espírito Santo em Ação
- Um referência singular ao ES ocorre no contraste feito por Mq da autoridade que está por trás de seu ministério com aquela dos profetas falsos de seus dias. Enquanto outros homens eram feitos corajosos pelos tóxicos para fabricar contos na forma de profecias, o verdadeiro poder, a força e justiça que estão por trás da mensagem de Mq vieram da sua unção pela “força do Espírito do Senhor” (3.8).
III – O LIVRO DE MIQUEIAS E SUAS IMPLICAÇÕES
- Veja o  Comentário registrado na Revista Theos – Revista de Reflexão Teológica da Faculdade Teológica Batista de Campinas. Campinas: 6ª Edição, V.5 - Nº1 – Junho de 2009. ISSN: 1908-0215.
- O livro de Miquéias apresenta alguns problemas e pontos interessantes. No capítulo 2, por exemplo, entre os versículos 12 e 13, há uma passagem que, segundo Champlin (2000), os estudiosos apontam como sendo uma interpolação, ou seja, uma inserção posterior. Outros estudiosos afirmam tratar-se de palavras dos “falsos profetas”, os quais desejavam insuflar o povo com palavras de esperança. Ou, até mesmo, uma própria citação que Miquéias faz destes profetas. Estas críticas têm o pressuposto de que este texto tenha sido uma narração pósexílica e não uma visão do profeta. Champlin (2000) defende que é uma profecia e que foi escrita por Miquéias antes do acontecimento. Isto não quer dizer necessariamente que se trata de algo metafísico ou sobrenatural, tendo em vista que, como já dissemos, o profeta era aquele que via além da superficialidade e, qualquer estudioso da sociedade que olha os fatos profundidade e conhece a História, é capaz de fazer algumas deduções. Outro problema também seria a semelhança da passagem de Miquéias 4:1 a 3 com o livro do profeta Isaías 2:2 a 4. Para Champlin (2000), haveria um escritor anterior que serviu de base para ambos. Já os versículos 10 a 16 do capítulo primeiro, para Dillard (2006) seria uma  descrição  profética  da  rota  tomada  pelo  exército  de  Senaqueribe  em  marcha  parJerusalém.
- Bernhard Stade, entre 1881 e 1884, conforme os autores citados nas referências, foi o primeiro pesquisador que colocou em dúvida a unidade literária do livro de Miquéias, isto é, de que o profeta seria o autor de todo o seu conteúdo. Segundo ele, apenas os três primeiros capítulos do livro seriam de autoria de Miquéias. Os outros teriam sido acrescentados por copistas  no  período  pós-exílico,  isto  é,  depois  que  os  hebreus  regressaram  do  cativeiro babilônico. Sicre nomeia este possível autor posterior de “Dêutero-Miquéias” e seria um “profeta anônimo do reino do norte”. (2000, 727p.) Interessante que Champlin (2000) defende a autoria completa do livro por Miquéias com base na tríplice divisão que o livro faz com a palavra “ouvi”, conforme demonstraremos abaixo. Para Dillard (2000), o profeta não teria proferido todos os oráculos de uma só vez, mas, pelo contrário, o livro teria levado muito tempo para se formar e se tornou em uma antologia das suas profecias.
- O livro canônico de Miquéias é divido em três partes e, estas, por sua vez, se divide em duas. As três divisões do livro se dão nos versículos de 1:2, 3:1 e 6:1, quando o profeta exorta o povo a ouvir: “ouvi”. Dentro destas divisões, podemos encontrar uma dupla divisão, ou seja, na primeira parte, em nome da divindade que representa, o profeta dá uma palavra de juízo e, na segunda parte, também em nome da divindade, este mesmo profeta dá uma palavra esperança.
CONCLUSÃO
-  Chegamos a conclusão que carecemos de profetas da parte de Deus nesses últimos dias, pois a injustiça social  por causa da concentração de renda nas mãos de poucas pessoas da classe dominante, como também a mercantilização descarada do sagrado por parte dos líderes religiosos, não é algo mas em segredo, pois os que fazem “tais injustiças” nunca conhecerem o temor de Deus e são alvo do juízo divino que em breve não tardará (Ec 12:13). Cabe à igreja de Cristo aqui na terra, tal qual o profeta Miquéias, proclamar uma renovação espiritual e urgir uma na conformação com esse mundo vil.

Bibliografia
- Bíblia Plenitude
- Dicionário Online
- Apontamentos Teológicos do Autor
- Dicionário Wikipédia
- Revista Theos – Revista de Reflexão Teológica da Faculdade Teológica Batista de Campinas. Campinas: 6ª Edição, V.5 - Nº1 – Junho de 2009. ISSN: 1908-0215. 

Pr. Josafá Batista Soares - Presidente do Campo da Assembléia de Deus na cidade de Ibotirama-Ba. Pós-Graduado em Docência do Ensino Superior, Bacharel em Teologia Convalidado pelo MEC, Membro do CEECRE (Conselho Estadual de Educação e Cultura Religiosa), Diretor da ESTEADI (Escola Teológica da Assembléia de Deus em Ibotirama, Conferencista, Seminaristas, Escritor e fundador dos Congressos EBD no Campo de Camaçari-Ba.

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