INTRODUÇÃO: Em sequencia ao estudo das igrejas da
Ásia, podemos ver uma igreja comprometedora em Tiatira, uma cidade comercial
com várias associações de comércio, cada uma com sua divindade patrona.
I – INFORMAÇÕES IMPORTANTES
- Tiatira era o nome
antigo da moderna cidade turca de Akhisar ("Castelo Branco"). Era um
importante centro comercial na Ásia Menor e foi fundada para ser um posto
militar. Foi destruída por um grande terremoto durante o reino de Otávio
Augusto (27 a.C. – 14 d.C.), mas foi reconstruída com a ajuda do Império
Romano. Era famosa pelo seu comércio e por sua produção de têxteis, incluindo o
índigo. Segundo o livro de Atos dos Apóstolos, uma das comerciantes de roupas
da cidade era uma mulher chamada Lídia, que conduzia negócios em lugares
distantes como Filipos (Atos 16:14).
- Na
Antiguidade, a cidade era conhecida pelas suas muitas guildas comerciais. E,
para poder trabalhar no comércio era necessário que o cidadão pertencesse a
alguma guilda, sendo muito comum que os membros dessas associações
participassem de festas dedicadas às divindades pagãs que terminavam geralmente
em orgias sexuais. No livro do Apocalípse, Tiatira é cidada como uma das sete
igrejas para as quais João escreve com advertências. (Origem: Wikipédia, a enciclopédia
livre).
II – CONSIDERAÇÕES:
- O
nome, “Tiatira”, significa “Sacrifício de trabalho”. Situação
Geográfica: A cidade de Tiatira se encrava no pequeno Continente da Ásia Menor.
“No fértil vale do rio Lico, acerca de 59 quilômetros a sudeste de Pérgamo, na
estrada que ia para Sardes, ficava a pequena mas crescente e rica Tiatira,
colônia macedônica, fundada por Alexandre Magno, depois da destruição do
Império Persa. Na literatura secular, são encontradas muitas alusões ao comércio
de tecidos de púrpura manufaturados em Tiatira, dos quais Lídia era vendedora.
Esta carta, à então próspera igreja, foi mais longa em conteúdo de todas as
cartas do Apocalipse. Maior, porém, é a mensagem nela contida e também das mais
severas”.
III – QUARTA CARTA: A IGREJA DE
TIATIRA
...“E ao anjo da igreja de Tiatira escreve: Isto
diz o Filho de Deus, que tem seus olhos como chama de fogo, e os pés
semelhantes ao latão reluzente”.
1 - ”... Ao anjo da igreja”. Não
temos notícia acurada sobre quem foi este “anjo” (pastor), a não ser aquilo que
se depreende do presente texto. Lídia, vendedora de púrpura, e convertida por
Paulo, era dessa cidade (At 16.14). Da conversão de Lídia, que se deu
provavelmente no ano 53 d. C. à carta dedicada ao anjo da “igreja de Tiatira”:
em 96 d. C., corre um lapso de tempo de 33 anos. Podemos deduzir, ainda que
improvável terem sido Lídia e seu esposo, os grandes instrumentos usados por
Deus, par o início de formação daquela igreja: talvez um de seus filhos seja o
“anjo” (pastor) do texto em foco (cf. At 16.15).
... “Eu conheço as tuas obras, e a tua caridade, e
o teu serviço, e a tua fé, e a tua paciência, e que as tuas últimas obras são
mais do que as primeiras”.
2 - “...As tuas obras”. Quando à conduta das
igrejas, Cristo primeiro menciona. Aquilo que pode elogiar. “Sei quais são as
tuas obras” – diz Ele. Tais obras são mencionadas onze vezes neste livro. O
leitor deve observar o contraste entre as “obras” da igreja de Éfeso (2.5), e
as “obras” da igreja de Tiatira: enquanto naquela as “últimas obras eram
menores que as primeiras”, nesta pelo contrário; as “últimas obras são mais do
que as primeiras”. O substantivo grego, que nossas versões do Novo Testamento
traduzem por “obras”, com maior precisão que a momento em que é colocado o nome
(cf. Gn 2.19). Por outro lado, Deus é “Javé”, isto é, “Ele é”, pois sua
realidade é de ser eternamente (Êx 3.13 e ss). Por todas estas razões, eliminar
o nome é suprimir a existência (cf. 1Sm 24.22; 2Rs 14.27; Jó 18.17; Sl 83.5; Is
14.22; Sf 1). Do ponto de vista divino, o nome de Deus é o nome por excelência.
Zc 14.9”. No presente texto, a promessa de um novo nome é reafirmada, no
capítulo 3.12 deste livro. Esse nome que a Igreja receberá da parte de Cristo,
é sem dúvida, “um nome social”. Isto, se dará, logo após a celebração nupcial
nas bodas do Cordeiro. Esse nome conferirá a Noiva condição de “esposa, mulher
do Cordeiro” (cf. Is 56.5; Jr 15.16; Ap 2.17; 3.12; 19.12). Não deve ser
“Hephzibah” (meu regozijo está nela); nem “Beulah” (ou casada). Is 62.4. Esse é
o de Sião. Essa pedra terá seu valor aumentado com a inscrição misteriosa! Só
uma coisa é certa: esse novo nome é uma grande bênção de Deus! (cf. Gn 12.2 e
17.5). palavra portuguesa comporta duas acepções: o resultado de uma atividade
(sentido habitual do termo em português); e também: a atividade em si mesma
(significado que, aliás, sob a influência do latim teológico, passou para o
português), limitando- se às atividades morais. No presente texto: são obras de
caridade feitas em favor de Cristo, durante essa dispensação da graça (Ap
22.12).
Obs: “Os crentes de Tiatira foram elogiados por
terem crescido em boas obras.. Não devemos nos sentir confortados apenas por
ter reunido pessoas para o culto, ou nos regozijarmos quando elas entregam sua
vida a Crito em nossas igrejas. Devemos tambem, procurar crescer no amor, na fé
e nas obras relacionada ao serviço ao Senhor. Como o momento é crítico, devemos
viver os nossos dias co sabedoria e fidelidade a Deus”. (Bíblia Aplicação
Pessoas, Versão 1995, Pág. 1.808, ARC)”.
3 - ... “ A tua caridade” . (Amor). O Senhor Jesus também louvou
esta igreja (usamos aqui uma metonímia: figura que consiste em tomar a parte
pelo todo e vice-versa; o geral pelo particular e o particular pelo geral) pelo
seu amor. A palavra “amor” encontra-se em toda a extensão da Bíblia, que
descreve o seu caráter multiforme:
(a) “Há o amor de Deus, isto é, o
amor de Deus tem dispensado pelos homens. Essa é a fonte de todo amor, o que é
comentado em (Jo 3.16 e ss), como poemas ilustrativos, relacionando-se como um
supremo sacrifício.
(b) Há o amor de Cristo cuja
natureza é igual a do amor de Deus, e que comentado em (2Co 5.14). Trata-se de
uma força que nos constrange, que também nos leva a amar e a servir ao próximo,
em honra ao Senhor. Esse foi o amor que motivou a expiação e a missão terrena,
em geral, de Cristo.
(c) Há o
amor do homem a Deus e
a Jesus Cristo. Essa
modalidade pode ser expressa diretamente, mediante a subidamística da alma, em fazer tanto o bem
a Deus como ao próximo.
(d) Há o amor próprio (cf. Mt 22.39
e Ef 5.29). Trata-se de uma condição patológica em que um indivíduo tudo faz ou
realiza só em torno de si mesmo, visando ao seu próprio conforto. Ele torna-se
por natureza um “amante de si mesmo” (2Tm 3.2 e ss).
(e) Há também o amor de um ser humano por outro,
ou pela humanidade. É a
transferência dos cuidados que temos por nós mesmos
para nossos semelhantes”.
20. “Mas tenho contra ti que toleras Jezabel,
mulher que se diz
profetisa. Ensinar e enganar os meus servos, para
que se prostituam e
comam dos sacrifícios da idolatria”.
4 - “...Jezabel”. a palavra “Jezabel”
significa: “Montão
de lixo”. Na opinião de alguns eruditos: “Casta”. Aparece pela primeira vez nas
Escrituras como pessoal de uma princesa. Ela tinha crescido em Tiro, na cidade
portuária fenícia. Seu pai, rei Etbaal, era também sacerdote de Astarote e
sacrificava a Baal (1 RS 16.31) e, por conseguinte, tornou-se esposa de Acabe,
rei de Israel. Esta ferina rainha tombou morta no vale de Armagedom (2 Rs 9.15,
16, 30, 37). Mulher que se diz profetisa. Há muitas opiniões a respeito
da “audaciosa mulher” da igreja de Tiatira;
alguns até já defenderam tratar-se deuma “doutrina”,
ou mesmo de uma
“religião” e não de uma pessoa. A Jezabel do Antigo Testamento,
é citada como
o protótipo de pecado. A Jezabel
do presente texto
trata-se de uma pessoa e não
apenas uma figura ou personificação do mal. A passagem fala claramente de uma pessoa, pelo
uso do pronome (“ela”). V.22. “No inglês, o
pronome é her” usadosomente para pessoa. “Deve-se ter isto em mente para compreensão do
significado do pensamento, pois em português, “ela” é usada tanto para pessoas,
animais ou coisas”. Em alguns manuscritos
antigos é acrescentada
a palavra grega“SOU” (isto
é tua), antes da palavra
“mulher” ficando assim
o texto na sua
íntegra: “Mas tenho contra ti
(pastor) que toleras Jezabel, (tua mulher?)
que se diz profetisa”. O Dr. Carroll, op. Cit., vol. Sobre o
Apocalipse, aceita esta posição: “Tratava-se da mulher do pastor, por parecer
no original a palavra “y u v n”, que pode significar esposa; isto se dá muitas
vezes em o Novo Testamento”. Não sabemos se isso é o verdadeiro sentido do
presente texto, mas pode ser (cf. 1 Rs 21.25): As Escrituras são proféticas e
se combinam entre si em cada detalhe. ... “E dei-lhe tempo para que se
arrependesse da sua prostituição; e não se arrependeu”.
Obs: “Na igreja em Tiatira, uma mulher estava
ensinando que a imoralidade não representa um assunto grave para os crentes.
Seu nome pode ter sido Jezabel, ou Jesus pode ter usado esse nome (comparando-a
a ímpia rainha do Reino do Norte, nos dias do profeta Elias) para simblizar a
espécie do pecado que ela estava promovendo. Jezabel era esposa do Rei Acabe de
Israel, e foi considerada a mulher mais ímpia que jamais vivera em Israel, até
então (I Rs 19:1,2; 21:1-25; II Rs 9:7-10;,30-37; e seu perfil em I Rs)”.
5 - “...da sua prostituição”. Tratava-se tanto de prática
imorais pessoais, como parte
do culto da seita gnóstica. Era algotanto espiritual como
físico. No campo histórico da Igreja
da Idade Média teve grande semelhança com
a igreja de Tiatira. “Foi nesta época que uma
cópia do paganismo de Tiatira foi introduzida
na igreja e sobre tudo, no campo comercial, sob a forma de imagens, em
profusão, surgida por uma
forte representação feminina pela
introdução do culto
de Maria, a mariolatria e com o desvirtuamento do merecido respeito e admiração à pessoa da virtuosa mãe
de Jesus. Maria
passou a ser co-redentora. Cristo deixou, também, de ser único Mediador entre Deus e
os homens”, no pensamento deles Outro. assim,
aquela gente
“resolveu” na sua
vontade que não
se arrependeria.
O grego subentende o exercício deliberado da vontade “Cintra” o arrependimento,
e não o seu favor. ... “Eis que porei numa cama, e sobre
os que adulteram com ela virá grande tribulação, se não se arrependerem das
suas obras”.
6 - “... Eis que a porei numa cama”. O comentador Charles declara
que as expressões: “cama e tribulação” nesta passagem expressam a mesma ideia.
Além disso, supõe que porei numa cama equivale no grego hodierno a “infligir
uma enfermidade” (cf. Êx 21.18), e que aquela primeira expressão é o hebraico
especificado por trás do grego. Jezabel teve como paga de seu engano e
prostituição “um leito de pestilência”. O resultado de tudo isso foi a morte
(Rm 6.23). A ameaça de Deus é terrível, porém corresponde à enormidade do
pecado de Jezabel e seus adeptos. Alguns teólogos acham que, a expressão “...
ferirei de morte” a seus filhos vista no versículo 23, quer dizer: “ferirei da
segunda morte: o lago de fogo”. Não eram filhos de Deus, mas da semente iníqua,
gerada do engano e como tais, estavam candidatos tanto a primeira como a
segunda. Seja como for, o pecado tem consigo a pena aqui e na eternidade! 23.
“E ferirei de morte a seus filhos, e todas as igrejas saberão que eu sou aquele
que sonda os rins e os corações. E darei a cada um de vós segundo as vossas
obras.”
“... os rins e os corações. O Salmista Davi cerca
de 1.000 a.C. orava da seguinte forma: “Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu
coração...” (cf. sl 139.23a), e o Apóstolo Paulo declara: “...aquele que
examina os corações sabe...” (Rm 8.27).
- Analisemos dois pontos focais no presente
versículo: (a) Os rins (b) Os corações: (aa) Os rins. A palavra grega
“nephros”, é traduzido por “rins” em nossas versões. Os hebreus e até
escritores sagrados pensavam que os “rins” seriam a sede das emoções e dos
afetos (Jr 12.2). No presente texto, denota também, uma sondagem cuidadosa, da
ideia de seguir os passos, com a ação resultante, causada por aquilo que foi
descoberto. Mui provavelmente, nela envolve a memória do que diz Jeremias 11.20
onde Deus é visto como aquilo que testa (determina a natureza verdadeira), o
coração e a mente do seu povo. Numa figura de retórica, isso demonstra, que os
juízos que se seguirão, pois, serão justos e completos, em nada falhos,
porquanto repousam sobre total discernimento e informação.
(bb) Os corações. Quanto a isso, analisemos aqui,
dois pontos de suma importância:
(aaa) Tanto as Escrituras, como a própria ciência, dizem
que o coração é o centro de uma
coisa. O vocábulo ocorre por
820 vezes na Bíblia.
Vem de uma raiz hebraica:
“l~ebh ou l~ebhabh”, sendo bem possível, que a raiz do termo hebraico, que é obscuro, signifique
“centro”. O termo denota vários
significado e aplicações: Às
vezes é apenas um órgão
físico do corpo humano. As
referências ao órgão físico assim
chamado são poucas e de modo algum especificadas. Dentre as mais claras é a de (1 Sm 25.37). “Pesa em média apenas 250
gramas e não é maior que o punho fechado de seu possuidor”. Bate cem mil vezes por dia e,
no espaço de uma
vida, é capaz de bombear sangue suficiente para encher 13 milhões
de barris. O
homem ainda não criou uma
máquina mais perfeita que o coração... (bbb) No contexto teólogo, pode também
significar a mente (Êx 35.35 e Dt 29.4). O Dr. Wheeler Robinson oferece a
seguinte e ótima classificação dos vários sentidos em que podem ser usadas as
palavras hebraicas “l~ebh e l~ebhãbn”. Ad. A: físico ou figurado (“meio”, 29
vezes). Dependendo do contexto que se depreende das Escrituras: Ad. B:
Personalidade, vida íntima, ou caráter geral (257 vezes; exemplos: Êx 9.14 e
1Sm 16.7; comparado a Gn 20.5): Ad. c. Estados emotivos de consciência,
encontrados em grande GAMA de variedade (166 vezes); intoxicação (1Sm 25.36);
alegria ou tristeza (cf. Gn 42.28); amor (2Sm 14.1, etc): Ad. d: Atividade
intelectual (204 vezes); atenção (Êx 7.23); entendimento (1Rs 3.9); habilidade
técnica-sábio de coração (Êx 28.3): Ad. e: Volição ou propósito (195 vezes; 1Sm
2.35), sendo esses um dos empregos mais característicos do termo no Antigo
Testamento. “Mente” é, talvez, o mais próximo tempo moderno daquilo que no uso
bíblico é denominado “coração”. No presente texto do Apocalipse, o termo é
usado para significar: “a natureza suprema do homem” (sinônimo de espírito ou
da alma). ...“Mas eu vos digo, e aos restantes que estão em Tiatira, a todos quantos
não têm esta doutrina, e não conheceram, como dizem, as profundezas de Satanás,
que outra carga vos não porei”.
7 - ”... As profundezas de Satanás”. Os mestres gnósticos atribuíram
à sua doutrina o caráter de “profundidade”, e a “mulher Jezabel” invocava para
sua doutrina o mesmo sentido. De acordo com a expressão “profetisa” encontrada
no versículo vigésimo deste capítulo, esta senhora, Jezabel, era portadora de
uma “teomania aguda”: espécie de loucura, em que o doente se julga Deus ou por
ele inspirado.
- Na igreja de Tiatira existiam dois
grupos distintos: (a) Os cristãos verdadeiros; (b) Os que se gloriavam de
conhecer “as profundezas de Satanás”. Paulo encontrou quatro grupos na igreja
de Corinto. Porém é evidente que aqueles eram crentes em Jesus; o grupo de
Jezabel não (cf. 1Co 1.12). Ad. a: Os legalistas: o herói deles era Pedro: Ad.
b: Os intelectuais e filósofos: o herói deles era Apolo. Ad. c: Os liberais: o
herói deles era Paulo. Ad. d: Os cristãos: o herói deles era Cristo (1Co 1.12;
3.4 e ss). Os diversos grupos mencionados neste versículo podem ser também
visto assim: Ad. aa: O partido judaizante (os seguidores de Pedro). Ad. bb: O
partido dos intelectuais: (os seguidores de Apolo). Ad. cc: O partido da
liberdade (os seguidores de Paulo). Ad. dd: O partido dos exclusivistas
(aqueles que diziam: “sou de Cristo”).
...“Mas o que tendes retende-o até que eu venha”.
8 - “...O que tendes retende-o”. Esta expressão “retende-o”
vem do verbo “reter”, e
tem no original, o sentido de “guardar”, “conservar”, etc. Deve ser aplicado no
sentido de “guardar” aquilo que é precioso como: A palavra de Deus. Sl 119.11;
Os mandamentos da lei divina. Mt. 19.17; A fé. 2 Tm 4.8, etc. Note muito bem,
este versículo, voltemos a ele. É o que diz a senhora M. S. Novah: Deste
versículo, aparentemente sem comentário podemos dizer que nos prova a
veracidade de que as cartas não foram escritas somente para os crentes do tempo
de João, o Apóstolo; pois aqueles fiéis, há muito, que já morreram e o
versículo 25 diz: “O que tendes retende-o ATÉ que eu venha”. É o divino
convite. É o apelo de Cristo. As últimas cartas do Apocalipse (dentre um total
de sete), todas possuem características da Igreja cristã dos “últimos tempos”;
portanto, todas elas, de alguma maneira, lançam olhos para o fim de nossa era,
ou seja, para a vinda de Jesus (1 Ts 4.13-17).
... “E ao que vencer, e guardar até ao fim as
minhas obras, eu lhe darei poder sobre as nações”.
9 - “...poder sobre as nações”. O texto em foco, lembra-nos o
Salmo segundo onde lemos: “Pede-me, e eu darei as nações por herança, e
os fins da terra por tua possessão” (v. 8). Essa é uma promessa
relativa ao Milênio, estando associada a
Ap 2.4, 6. O reino que foi rejeitado pelos judeus, ainda será
realizado e será inaugurado quando da segunda vinda (parousia) deCristo. A promessa é que
o crente, terá posição de poder naquele reino:
os mansos herdarão a
terra. As “obras”mencionadas neste versículo são
obras de Cristo e não as nossas, porquanto, o
crente, as cumpre em seu
nome, mediante o
impulso dado por
Ele. As “obras” de Cristo fazem contraste com as “obras” de Jezabel, aludidas no versículo 22 destecapítulo. As dela, são repugnantes; as de
Cristo são desejadas! ... “E com vara de ferro as regerá: e serão quebradas
como vasos de oleiro; como também recebi de meu Pai”.
10 - “...e serão quebradas como vasos...”. O presente versículo fala do governo
milenial de Cristo sobre a terra (Ap 20.1 e ss), quando as nações serão “regidas com vara de ferro”.
Isso não quer dizer um reino ou governo de extrema “dureza”, mas, sim, um método
inquebrantável (Sl 2.8-9; Ap 12.5). Naturalmente, o texto não limita esse
governo aos mártires, embora, em outros contextos, estejam eles especialmente
em mira, por terem sido mortos pelo Anticristo, cuja vitória será total e
completamente revertida. O fato de os mártires retornarem para governar a terra
onde foram tratados com o opróbrio, é a reversão dos crimes do Anticristo, o
homem do pecado (2Ts 2.3; Ap 20.4). A interpretação geral, neste versículo, é
que segundo as promessas de Cristo, que este poder “sobre as nações” será
extensivo aos mártires e aos santos de todos os tempos: a garantia é para “o
que vencer” (cf. 2.7, 11, 17, 26; 3.5, 12, 21).
... “E dar-lhe-ei a estrela da manhã”.
11 – “... a estrela da manhã”. Para os ímpios: Jesus é a “luz
do mundo” (Jo 1.9; 8.12); para Israel: Ele é “O Sol da Justiça” (Ml 4.2); para
sua Igreja: Ele é “a resplandecente Estrela da Manhã” (Ap 22.16). Seja como
for, Cristo é “tudo em todos”. Este será um título que trará o Filho de Deus no
dia de sua vinda para o arrebatamento. Em Ap 22.16, o próprio Cristo é
identificado como “A resplandecente estrela da manhã”. Não pode haver dúvida
razoável, pois, que Ele também é aquela figura central. Para os antigos povos,
a estrela da tarde (ou vespertina) simbolizava a morte, mas a estrela da manhã
simbolizava a vida que é o próprio Cristo. Ao vencedor, Jesus promete dar-lhe a
estrela da manhã. Isto é, Ele mesmo! Nos Evangelhos ele deu-se por todos os
pecadores. Agora Ele promete dar- se novamente, porém apenas ao vencedor!.
Essas palavras de Cristo, têm seu fundo histórico nas palavras de Dn 12.3, onde
diz que os próprios justos ...refulgirão como as estrelas...”. O sentido é que
os crentes entrarão na glória celeste e serão glorificados com o resplendor do
mundo vindouro de Deus (1 Jo 3.2, etc).
...“Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às
igrejas”.
12 - “...o que o Espírito diz...”. O leitor deve observar que essa
é uma expressão que figura em todas as cartas do Apocalipse, chamando a atenção
dos leitores para a solene necessidade de darem atenção às palavras inseridas
neste livro. “A mulher Jezabel e seus filhos prosseguirão tal como são, mas o
“resto”, o remanescente, ouvirá” (newll), “Cristo, e que seja ela uma
influência poderosa o nosso coração e sobre a nossa vida”. Possuímos
discernimento “espiritual” e a sensibilidade necessária para “dar ouvidos” ao
que foi dito? “... se ouvirdes hoje a sua voz (como diz o Espírito Santo), não
endureçais os vossos corações” (Hb 3.7-8). Esses são os “ouvidos” de que
precisamos. Se os temos, então, que os usemos!!!.
CONCLUSÃO
- Todo cuidado ainda é pouco em relação aos
modismos dos dias atuais que invadem muitas igrejas. São falsa doutrinas em
pretexto do que é aprazível e no intuito da facilidade muitos vão longe. Numa
igreja que o hedonismo impera a graça de Cristo já ficou longe só restando agora
a ira de Deus sobre os tais, caso não se arrependam. Que Deus nos guarde e que
possamos continuar firmes na rocha inabalável que é Cristo!
Bibliografia
Bíblia de Estudo Plenitude (ARC)
Livro “Apocalípse, versículo por versículo” de
Severino Pedro da Silva.
Dicionário Português
Comentarista:
- Pastor
Josaphat Batista - Credenciado CEADEB 5.651 - CGADB
28.509 - Presidente do Campo da Assembléia de Deus na cidade de
Ibotirama-Ba. Pós-Graduado em Docência do Ensino Superior, Bacharel em Teologia
Convalidado pelo MEC, Membro do CEECRE (Conselho Estadual de Educação e Cultura
Religiosa da CEADEB), Diretor da ESTEADI (Escola Teológica da Assembléia de
Deus em Ibotirama, Conferencista, Seminaristas, Escritor e fundador dos
Congressos EBD no Campo de Camaçari-Ba.
Contatos: (77)3698-3367 (Residência) - (71)
8166-9761 (Tim – Portabilidade) (77)
8849-3304 – OI -prjosaphat@hotmail.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Coloque sua opinião de maneira clara e objetiva