AS SETE CARTAS DO APOCALIPSE – A MENSAGEM
FINAL DE CRISTO À IGREJA.
INTRODUÇÃO
- 0 pouco que se sabe, quanto a igreja
de Esmirna, está explícito nas citações de Apocalípse dentre as “sete igrejas
da Ásia”. Os irmãos dessa estimada igreja estavam enfrentando perseguições
ferrenhas que certamente causava deficiência na área econômica da igreja onde
foram considerados pobres, porém, ricos aos olhos de Deus.
I – INFORMAÇÕES HISTÓRICAS
1- Em termo de
cidade:
- Esmirna, uma cidade situada aproximadamente 65 km ao norte de
Éfeso, Hoje chamada pelos Muçulmanos de
“ Izmir e infiel”. O Rio “Meles” famoso na literatura, também era adorado em
Esmirna. Teve o privilégio de ser a terceira maior cidade da Turquia e o segundo
mais importante porto do país, Esmirna era uma cidade antiga de uma região
habitada durante milhares de anos antes de Cristo. A antiga cidade foi
destruída pelos lídios em 600 a.C. e reconstruída pelos gregos no final do 4º
século a.C. A cidade ganhou nova vida, e pode ser descrita como uma cidade que
morreu e tornou a viver. Durante o domínio romano, Esmirna se tornou um centro
de idolatria oficial, conhecida como Guardião do Templo (grego, neokoros). Foi
a primeira cidade da Ásia a construir um templo para a adoração da cidade
(deusa) de Roma (195 a.C.). Em 26 d.C., foi escolhida como local do templo ao imperador
Tibério. Foram descobertas imagens, na praça principal da cidade, de Posêidon
(deus grego do mar) e de Deméter (deusa grega da ceifa e da terra).
- Provavelmente, na época do Novo Testamento, Esmirna contava com uma
população de aproximadamente 100.000. Por ser um porto excelente, facilitando o
comércio entre a Ásia e a Europa, era uma cidade próspera.
II – CARTA
ENDEREÇADA A IGREJA EM ESMIRNA
- Observamos que a referida carta, enviada aos crentes na cidade
chamada Esmirna, só elogia e encoraja sem apresentar nenhuma crítica aos
cristãos que ali professavam o nome de Jesus (Ap 2:8). Essa perseguida igreja
difere da igreja de Laudicéia, assunto que iremos estudar posteriormente, por
ser identificada como uma igreja “pobre” economicamente falando, mas tinham a maior riqueza dentro dela que é
Cristo Jesus, enquanto a igreja de Laudicéia era rica, mas no sentido
espiritual ela foi identificada como “pobre” e foi repreendida severamente pelo
Senhor que aconselhou a comprar Dele, ouro e colírio para os olhos e que
cobrisse a sua nudez (Ap 3:17,18). Porventura,
não é o estado em que se encontram muitas e muitas igrejas dos nossos dias?
Infelizmente há muitos líderes se preocupando mais com a parte estética ou
fachada do templo, não que isso não seja motivo de preocupação de todos nós
pastores que estamos á frente da igreja de Cristo, mas o que acontece com
muitos é que deixam a parte espiritual que não é outra coisa se não o bem estar
das almas, pra um segundo plano contrariando o que Jesus ensinou em (Mt 6:33) e
há quem diga que, não poucas delas, não tem mais nem planos para investimento
no que concerne o necessário para a alimentação espiritual do povo. Que
absurdo! É lamentável termos que dizer aqui que muitos líderes estão mais
interessados também no seu próprio proveito, título, posição e a miserável
politicagem no sentido igreja e governo e fazem da igreja do Senhor comércio
barato sendo que igreja de Cristo custou um alto preço (I Co 6:20). - Enganam
os incautos e com pretextos de prosperidade financeira recheiam os seus sermões de superficialismo,
que para nós não passam de enredos ou engodos que só provocam a ira de Deus e
incha o povo. Por outro lado, entendemos também porque muitas pessoas se
agarram nessas aberrações teológicas e crendices religiosas, é por causa da
ausência de muitos crentes nos cultos de ensino, embora muitas igrejas não
tenham mais, principalmente na Escola Bíblica Dominical onde aprendemos ser alunos amantes da palavra
de Deus de forma que sempre conservamos a mesma posição de “aluno”. Estejamos atentos! Sejamos como a
igreja em Esmirna que por sua vez sofreu grandes perseguições, mas não
desistiu, ainda que afetados pela situação econômica provaram que o maior tesouro do crente ainda
está por vir, está guardado nos céus (Mt 6:19,20). ALELUIA! Que possamos, mesmo
em meios as lutas e perseguições, sempre valorizar aquele que deu a sua própria
vida por nós, e assim prossigamos para o alvo que é Cristo, trabalhando para o
Senhor e cantando o hino 196 da nossa harpa cristã:
HINO 196 –
HARPA CRISTÃ
1º Estrofe
Já achei uma flor gloriosa,
E quem deseja a mesma terá;
A rosa de Saron preciosa
Entre mil mais beleza terá;
No vale de sombra e morte,
Nas alturas de glória e luz,
Esta rosa será minha sorte,
Precioso pra mim é Jesus!
CÔRO
Precioso pra mim é Jesus!
Precioso pra mim é Jesus!
Eu confesso na vida e na morte
Que tudo pra mim é Jesus!
2º
Estrofe
Já de muitos foi achada a rosa
E provado o excelente odor
E e o pode desta flor gloriosa
Que dá vida ao vil pecador.
Mui zeloso pela lei foi Saulo,
Perseguia o povo de Deus,
Mas transformado foi em um Paulo,
Pois achou ele a rosa dos céus
3º estrofe
Vai buscar a Jesus Precioso,
Vai depressa, a noite já vem,
E, se pedes o amor glorioso,
Será triste pra ti o além;
Esta flor hoje é ofertada
A quem humildemente a buscar;
Será logo da terra tirada,
Para brilhar em outro lugar.
III – DECLARAÇÕES IMPORTANTES
1 - Ao Anjo da Igreja em Esmirna (Ap 2:8-11).
- Por primeiro, aprendemos aqui que o Senhor Jesus quando que
tratar com alguém, algo da sua vontade, Ele chama pelo nome provando assim que
Ele nos conhece de perto e não erra quando se dirige a quem Ele quer como vinha
falando a igreja em Éfeso, “Eu conheço as tuas obras...”. Observe que Jesus
usou a primeira pessoa do verbo, o pronome pessoal, “eu”, isso quer dizer-nos
que esse conhecimento que Ele tem de cada um de nós é algo direto e não assunto
de terceira mão, ou seja, pra Ele saber algo de nós não precisa de “jogar
búzios, hipnose, cartas de baralhos, leitura de mão e outras “besteiras
semelhantes a essas. Por isso entendemos que a carta não foi enviada a mercê da
sorte como se fosse algo de aventura pra ver em quem vai pegar, não, não e não!
A carta deveria passar primeiramente as mãos do “Anjo da igreja” que não seria
outro se não o “Pastor da igreja”. Vejamos algumas considerações:
- A
palavra Anjo do grego: “angelos”,
mensageiro, enviado; Anjo, em Hebraico “Malakh” que quer dizer: “mensageiro”,
aparece no Novo Testamento sob a palavra “aggeloi” somente para indicar seres
celestiais, com exceção de Lucas 7:24; 9:52 e, talvez, Apocalípse 1:20.
Depreende-se então que o termo não encerra, em si, a natureza mas o ofício.
Mas, tanto no grego quanto no hebraico, esta palavra pode ser usada também para
referir-se aos mensageiros humanos. Na Vulgata, a fim de se fazer tal
distinção, ocorrem os termos “angelus e nuntio”, respectivamente para seres
celestiais e humanos. Assunto esse que foi fruto de estudo, recentemente, com
os alunos da “ESTEADI” Escola Teológica da Assembléia de Deus em Ibotirama. Então,
essa possibilidade lingüística descarta a hipótese de alguém sugerir que o
“Anjo” aqui não seja um ser humano, haja visto que, o seu significado
“mensageiro” é quem entra em pauta e não a questão celeste.
- Segundo o livro “Apocalípse, versículo por versículo” da autoria
do Pastor Severino Pedro, na pág., 34, a expressão “...ao anjo da igreja” se
refere ao Pastor chamado de Policarpo, que de acordo com o Dr. Russel Norman,
diz que a etimologia do nome “Policarpo” significa “muito forte” ou
“frutífero”. Policarpo teria sido discípulo pessoal do Apóstolo João, homem muito consagrado, foi “principal
Pastor” da igreja em Esmirna durante o exílio do Apóstolo em Patmos. “A narrativa
do seu martírio é narrada por Eusébio, em sua história Eclesiástica iv 15 e em
Mart. Polyc. Caps. 12 e 13, págs 1037 e 1042. Foi levado à arena, lugar dos
jogos Olímpicos, um dos maiores teatros abertos da Ásia Menor, parte da qual
construção permanece de pé até hoje”. Policarpo deve ser realmente, o “anjo” do
texto em foco, pois as evidências assim o declaram (Ec 7:27).
2 - Estas coisas diz o primeiro e o último – A carta tem no seu início a
declaração de que Cristo é eterno e
somente a Ele pertence esse atributo (Ap 1:17). Dar a entender que toda
tribulação presente vai passar, porém,
Cristo permanece e assim também aqueles que estão com Ele.
3 - Que esteve morto e tornou a viver – Essa declaração de Jesus em relação a sua ressurreição
demonstra consolo e esperança para os crentes em Esmirna que passavam por
sérias perseguições e precisavam firmar suas vidas em Cristo que de uma vez
morto, agora, vive e se vive, tem poder para socorrê-los nas suas angústias.
Paulo pediu também que os crentes em Tessalônica fossem consolados com essa
esperança (II Ts 4:13-16).
4 - Conheço a tua
tribulação – No grego “Thilipsis” significa
“colocar uma guerra sobre o espírito das pessoas”. Na tradução vulgata latina,
é “Tribulum” se refere a uma espécie de grade para debulhar o trigo. Ou seja:
Instrumento que o lavrador usa para separar trigo da sua palha. A idéia aqui, é
figurada que é o mesmo que afligir, pressionar.
A palavra “tribulação” deve ser encarada em dois sentidos: (1) Sentido
técnico: Fala da provocação ou sofrimento que o individuo enfrenta, que era o
caso da situação dos crentes em Esmirna. Não técnico: Nesse sentido a palavra
tem aspecto e significado escatológico, pois se refere ao período de sete anos
que se seguirá após o arrebatamento da igreja. Jesus afirma ser a grande
tribulação, a maior aflição desde o principio do mundo, e não haverá
semelhança, que quer dizer, será uma aflição indescritível, (que não se pode
descrever igual).
Mt
24.21). O certo é que Jesus acompanhou os momentos difíceis que a igreja de Esmirna estava
atravessando e por isso fez promessas a todos que permanecessem firmes até o
fim, pois Ele sempre se compadece daqueles que o ama (Mc 1:41). Não
importa o que estamos enfrentando
agora, o que nos importa é que Jesus está conosco até a consumação dos séculos
(Mt 28:20).
5 - A tua pobreza (mas tu és rico) - Certamente,
a posição de fidelidade dos crentes em Esmirna interferia tanto na situação
econômica que Jesus faz questão de dizer que eles eram pobres, porém não havia
nenhum motivo para desanimarem, pois por outro lado eles eram ricos da graça de
Deus. Ainda hoje não é diferente, pois o crente que não rouba, não mente ou se
envolve com corrupção, sempre está a se conformar com o sustento de cada dia,
até porque a sua cidade não está aqui, mas sim, nos céus (Fp 3:20).
É bem possível, também, que eles tivessem sacrificado seus recursos em prol do
evangelho, como os macedônios fizeram para ajudar os irmãos necessitados alguns
anos antes (II Coríntios 8:1-9). Mas a pobreza material não tem importância quando
há riqueza espiritual (III João 2). Contudo, a situação dos discípulos em
Esmirna era muito superior do que a da
igreja em Laodicéia, que se achava rica apesar de sua pobreza espiritual (3:17)
como já vimos em argumento anterior a esse.
6 - A blasfêmia dos falsos judeus -- Blasfemar é falar mal.
Freqüentemente, refere-se a blasfêmia contra Deus. Aqui, porém, a blasfêmia é
um aspecto do sofrimento que enfrentavam os crentes em Esmirna. Esta difamação
veio de pessoas que se chamavam judeus, mas de fato, não eram verdadeiros
judeus. Os judeus, que tiveram uma sinagoga em Esmirna, perseguiam os cristãos.
Ao invés de serem verdadeiros judeus e descendentes espirituais de Abraão (veja
João 8:39-47; Romanos 2:28-29), eram servos de Satanás, o principal mentiroso e
acusador dos fiéis (12:9-10; Jo 8:44).
7 - Não temas as coisas que tens de sofrer – Assim como advertiu aos seus
discípulos dizendo que no mundo teriam aflições, mas que eles teriam bom ânimo,
pois Ele havia vencido o mundo e suas aflições, também, ofereceu alívio em meio
ao sofrimento da igreja em Esmirna e encoraja a todos a não desistirem da sua
jornada, pois o Senhor não tem prazer na alma que recua (Hb 10:32-39). O Senhor Jesus nunca prometeu-nos livrar-nos
das aflições, mas sim, prometeu está ao nosso lado para nos ajudar. O crente que foge da sua responsabilidade diante de Jesus por
medo de sofrer, não é digno e não está apto para o reino de Deus.
8 - O diabo está para lançar em prisão alguns dentre vós
– Jesus já havia advertido ao seus seguidores dizendo que alguns deles seriam
odiados por causa do seu nome (Mt
5:10-12), mas que eles se alegrassem com isso (Mt 5:10-12). O diabo é visto como a fonte da perseguição. Alguns
seriam presos, provavelmente aguardando julgamento e possível morte.
9 - Para seres postos à prova, e tereis tribulação de dez dias - O efeito da tribulação
seria o de provar a fé desses cristãos. A sua lealdade a Cristo seria testada
sob ameaças de morte. Mas a perseguição não continuaria para sempre. Por ter
vínculos tão fortes com a idolatria oficial de Roma, Esmirna se tornou uma
cidade perigosa para os cristãos. Esta carta fala sobre perseguições que
viriam. Até décadas depois do Apocalipse, perseguições atingiram seguidores de
Cristo na cidade.
- Dez dias pode ter também
um sentido escatológico, pois foram dez imperadores, começando desde a descida
do final do século I até ao século II, a provocarem as maiores perseguições à
igreja de Cristo daqueles dias: Vejamos: Nero (64-68 D.C.), Dominiciano (68-93
D.C.), Trajano (104-117 D.C.), Aurélio (161-180 D.C.) Severo (200-211 D.C.),
Máximo (235-237 D.C.), Décio (250-253 D.C.), Valeriano (257-260), Diocleciano
(303-312). De acordo com Pastor Severino Pedro, ele conta no seu livro já
mencionado nesse comentário (Apocalipse, versículo por versículo pág. 36), que
durante esse período houve uma matança de cristãos tremenda. Segundo ele, no
campo profético as perseguições desencadeadas por Diocleciano perduraram dez
anos (Nm 14:34; Ez 4:6).
10 - Sê fiel até à morte e dar-te-ei a coroa da vida – Há muita gente que perde a recompensa
porque vive a febre do “imediatismo” quando no caso aqui os crentes poderiam
até provar a morte, porém, já tinham como
garantia a coroa da vida. O
Senhor Jesus fez essa promessa para os vencedores. Na verdade, a coroação de um
herói, em qualquer instância da vida, depende da fidelidade. Homens e mulheres
de Deus aguardam serem coroados por Cristo naquele grande dia, tudo isso, em
decorrência da fidelidade com que tiveram servindo a Deus na sua beleza e
santidade. - A palavra “coroa” (grego, stephanos) refere-se à coroa de
vitória. A coroa da vida vem de Deus, o único que pode dar a vida (veja João
5:26; 14:6; 1 João 1:1-2). Aqueles que amam a vinda de Jesus receberão a coroa
da justiça (2 Timóteo 4:8).
11 - Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas - Igualmente ao ensino de
Jesus narrado nos evangelhos como também em todas as cartas às igrejas, Jesus chama os
destinatários a ouvirem a sua mensagem.
12 - O vencedor - O tal
jamais poderá ser assim reconhecido se
não resistir até o fim. Jesus disse que todo aquele que permanecer até o fim
será salvo (Mt 24:13). Deus nos chamou para sermos vencedores, mas precisamos
continuar lutando contra as forças do mal (Ef 6:10-17).
13 - De nenhum modo sofrerá dano da segunda morte - Isso nos quer dizer que o
crente que mantém a sua fidelidade a Cristo, ainda que seja ameaçada de perder
sua vida aqui na terra, jamais perderá a sua vida no céu com Cristo, pois Jesus
disse aos seus discípulo para não temer aqueles que matam o corpo e não sabe o
que fazer com a alma (Mt 10:28). Quem
está com Cristo não sofrerá o castigo eterno (20:6,14; 21:8).
CONCLUSÃO
- Chegamos a conclusão que as
perseguições que se opunham contra a igreja em Esmirna não eram aleatórias, mas
sim, organizadas, proposital e intencional, pois os perseguidores tinham autoridade Imperial para tal. Contudo,
o Senhor Jesus estava a cuidar do seu povo, como sempre, e, como sabedor de
todas as coisas Ele abre portas de escape para o seu povo em tempos difíceis,
pois jamais abandona aqueles que se mostram fiéis a sua palavra e para isso Ele
mesmo se declarou a João dizendo que é: “o primeiro e o último, que esteve
morto e tornou a viver”. ALELUIA!
Pastor Josaphat Batista - Presidente de Ibotirama - Ba
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