Texto Básico: Ap 20:7-15
17/06/2012
“Mas, quanto aos tímidos, e aos
incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas, e aos fornicadores, e aos
feiticeiros, e aos idólatras e a todos os mentirosos, a sua parte será no lago
que arde com fogo e enxofre, o que é a segunda morte”(Ap 21:8).
INTRODUÇÃO
Após o Reino de Cristo na Terra por
mil anos, e com Satanás fora do cenário, ocorrerá o “Juízo Final”, que diante
do Trono Branco representa o poder ilimitado de Deus e a perfeição da execução
dos Seus atos de justiça. O que está assentado sobre o Trono é o Rei dos reis e Senhor dos
senhores. Ninguém, exceto a Igreja e os integrantes da Primeira Ressurreição,
escapará do julgamento final. Lá estarão senhores e servos, sábios e indoutos,
ricos e plebeus. Lá a justiça divina será aplicada a todos. Será o momento em
que serão julgados todos os ímpios que se rebelaram contra Deus, em todos as
eras, bem como aqueles que não aceitaram o sacrifício de Jesus Cristo em prol
da Salvação da humanidade.
I. O QUE É O JUIZO FINAL
Na Bíblia inteira, Deus é visto como
Justo Juiz. Ele pronunciou juízos, nos tempos antigos, contra Israel, e também
contra as nações. No fim dos tempos não vai ser diferente. Todo ser humano
devia se preocupar com esse momento, pois fora da Salvação em Cristo,
indubitavelmente, enfrentará esse momento que, infelizmente, nele só haverá um
veredicto: a condenação eterna (Ap 20:15).
1. O Juízo final. O “Juízo Final” será o julgamento a que serão submetidos os incrédulos
de todas as eras, que foram ressuscitados, na consumação de todas as coisas(Ap
20:5). É chamado também de “Juízo do Trono
Branco”, porque a narrativa bíblica se inicia com a visão de um “Grande Trono
Branco”. Ocorrerá depois do término do reino milenial de Cristo, depois da
condenação definitiva do Diabo e suas hostes. Na Bíblia, este julgamento é
explicitamente mencionado, pela primeira vez, por Daniel (Dn 7:9,10). Era algo
de pleno conhecimento dos judeus, como mostra Marta, irmã de Lázaro, ao se
dirigir ao Senhor, quando este chegou a Betânia quatro dias após a morte de seu
amigo(João 11:24). Terá como objetivo retribuir a cada um segundo as suas
obras(Ap 20:11-15). A Igreja - a Universal Assembleia dos Santos (Hb
12:23) - não será submetida ao Juízo Final,
por haver crida na eficácia da morte e da ressurreição do Filho de Deus.
O Novo Testamento menciona cinco
categorias de Julgamentos definitivos:
a) Julgamento da Igreja (2Co 5:10). O julgamento da Igreja é o chamado “Tribunal de Cristo”, que ocorrerá
logo após o arrebatamento, antes das Bodas do Cordeiro. Acontecerá nas regiões
celestiais. Neste tribunal, os crentes serão julgados pelas obras que tiverem
feito por meio do corpo, ou bem, ou mal (Rm 14:10; 2Co 5:10). Este julgamento
não envolve salvação ou perdição, pois todos os crentes que forem arrebatados
estarão salvos, mas serão julgadas as obras com vistas à entrega de
recompensas, do “galardão”. Nesta oportunidade, muitos serão surpreendidos,
pois Deus conhece o coração do homem (1Sm 16:7) e sabe a qualidade de tudo o
que está sendo feito em Sua obra, não atentando para a aparência. Diante disto,
muitos que, aparentemente, terão feito muito pela obra do Senhor, nada
receberão, porquanto suas obras serão consideradas como palha, como madeira,
sem condição de resistir ao crivo divino; e outros, que, aparentemente, nada
teriam feito pelo Senhor, receberão galardões, pois trabalharam em silêncio,
sem alarde, mas com dedicação e real devoção. Os critérios do julgamento e o
seu tratamento são descritos em 1Co 3:12-15.
b) Julgamento de Israel (Ez 20:34-38;Ml
3:2-5). O segundo
julgamento é o julgamento de Israel, o povo escolhido de Deus. A Grande
Tribulação será o instante em que Deus tratará com a nação israelita e, ao
término da Grande Tribulação, Deus terá provado este povo e só o remanescente será
salvo. Aqui, de imediato, vemos uma diferença entre quem fez parte do
arrebatamento e quem não fez. Enquanto que o julgamento da Igreja não envolve
salvação ou condenação eternas, os demais julgamentos têm em vista o destino
eterno dos indivíduos. Na Igreja vitoriosa e glorificada, os crentes não correm
risco de perder a vida eterna, conquistada pela fé em Cristo Jesus, mas, tanto
em Israel quanto entre os gentios incrédulos, o julgamento divino envolve a
possibilidade concreta e bem provável de se viver eternamente sem Deus e sem
salvação. É o remanescente que será salvo (Rm 9:27), porque se arrependerão de
seus pecados e aclamarão a Jesus como o Messias (Zc 12:10).
c) Julgamento das Nações (Mt
25:31-46). Esse julgamento acontecerá na terra
sobre aqueles que sobreviveram ao Armagedom. Serão julgados com base no
tratamento dado a mensagem do reino, aos seus mensageiros e ao modo como
trataram a nação de Israel. Este julgamento terá como finalidade apartar os
“bodes” das “ovelhas”, ou seja, decidir quem passará com Cristo o reino
milenial e quem não passará o milênio, ficando a aguardar o julgamento final e
definitivo. Neste julgamento, serão ressuscitados apenas aqueles que
desfrutarão o milênio com Cristo, os bem-aventurados que completam o número
daqueles que tomam parte da primeira ressurreição (Ap 20:6). Os demais
indivíduos, com exceção do Anticristo e do Falso Profeta, que já terão sido
lançados vivos no lago de fogo e de enxofre, que será inaugurado naquela
oportunidade(Ap 19:20), aguardarão o julgamento que ocorrerá somente ao término
do Milênio.
d) Julgamento dos anjos maus (1Co
6:3;Jd 6). Judas revela o fato
de que anjos serão trazidos a julgamento: “e aos anjos que não guardaram o seu
principado, mas deixaram a sua própria habitação, reservou na escuridão e em
prisões eternas até ao juízo daquele grande Dia” (Jd 6). Serão julgados e
condenados ao lago de fogo juntamente com o Diabo, logo após o Milênio e antes
do juízo do Trono Branco (Mt 25:41).
e) Julgamento do Trono Branco (Ap
20:11-15). Este é o chamado “Julgamento Final”
ou “Juízo Final” ou, ainda, o “Juízo do Trono Branco”, que terá lugar depois do
término do reino milenial de Cristo. Logo após os rebeldes serem devorados pelo
fogo do céu que cairá sobre os exércitos que estarão a cercar o lugar santo em
Israel, terá findado a história humana. O tempo deixará de existir e Deus
chamará à sua presença todos os seres humanos que foram criados e que ainda não
tinham sido julgados até então, ou seja, todo ser humano que não pertence nem à
Igreja, nem ao Israel salvo e nem ao grupo dos mártires da Grande Tribulação,
que já terão sido julgados. Estes outros homens são os que serão levados a
julgamento neste último grande tribunal da história.
2. Não confundir o Julgamento das
Nações (Mt 25:31-46) com o do “Grande Trono Branco”(Ap 20:11-15). Há quem considere
e ensine que a passagem bíblica de Mt 25:31-46(Julgamento das Nações) e
a de Ap 20:15(Julgamento Final ou do Trono Branco) se referem a um só
acontecimento, ou seja, para estes ensinadores, haverá um único julgamento, que
eles denominam de Juízo Universal. Isto, porém, não se sustenta diante de uma
análise, mesmo superficial, da Palavra de Deus. Entretanto, seja como for, para
o crente salvo não haverá julgamento para condenação, pois conforme afirmou o Senhor Jesus em João 5:24: “... quem ouve a minha Palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna
e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida”. Também Paulo
afirmou: “Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo
Jesus...” (Ro 8:1). Nossos pecados já foram julgados na Cruz do
Calvário, na Pessoa de Jesus Cristo – Ler Is 53:5.
Veja a seguir as diferenças entre
esses dois julgamentos, que impossibilitam torná-los um só acontecimento:
Em Mateus não há nenhuma ressurreição antes do julgamento, mas apenas uma reunião
dos eleitos (Mt 24:31). Enquanto em Apocalipse há uma ressurreição de todos os
incrédulos.
Em Mateus o julgamento é de nações viventes. Em Apocalipse é dos mortos.
Em Mateus as nações são julgadas. Em Apocalipse não trata de entidades nacionais,
pois o céu e a terra fugiram e, já que as nações estão confinadas à Terra, o
mesmo acontecimento não poderia ser descrito.
Em Mateus o julgamento é na Terra. Em Apocalipse o céu e a Terra fugiram.
Em Mateus não há livros a ser consultados. Enquanto em Apocalipse os livros são
abertos, o livro da vida é trazido, e os que não se encontram nele são lançados
no lago de fogo.
Em Mateus o julgamento ocorre no retorno de Cristo à Terra. Em Apocalipse ocorre
após o fim dos mil anos da presença de Cristo na Terra.
Em Mateus aparecem duas classes de pessoas, os justos e os incrédulos. Em
Apocalipse apenas os incrédulos aparecem.
Em Mateus alguns foram para o reino e outros para o castigo. Em Apocalipse nenhum
dos que são julgados vai para a bênção, mas todos vão para o castigo eterno.
Em Mateus o juiz está sentado no “trono da sua glória” (Mt 25:31). Em Apocalipse
Ele está sentado no “Grande Trono Branco”.
Em Mateus a base do julgamento é o tratamento dos irmãos. Enquanto em Apocalipse o
julgamento se baseia nas suas obras.
Em Mateus a vinda de Cristo precede o julgamento. Em Apocalipse nenhuma vinda é
mencionada.
Em Mateus a sentença é pronunciada e a separação é feita antes de ser conhecida a
causa do julgamento. Em Apocalipse não há nenhum julgamento até que ocorra
cuidadoso exame dos livros.
Em Mateus não há um milênio precedente, pois há o registro dos que passaram fome,
sede, nudez, doença, aprisionamento e foram estrangeiros. Em Apocalipse uma era
milenar precede o acontecimento (Ap 20:5).
Essas considerações parecem
suficientes para apoiar a afirmação de que não se trata de um único e mesmo
julgamento, mas de duas partes separadas do plano de julgamento de Deus.
II. O JULGAMENTO DA BESTA (ANTICRISTO),
DO FALSO PROFETA (SEGUNDA BESTA) E DO DRAGÃO (SATANÁS)
1. O Juízo sobre o Anticristo e o
Falso profeta. Assim está narrado
o fim do Anticristo e do Falso profeta: "E a besta foi presa e, com
ela, o falso profeta, que, diante dela,
fizera os sinais com que enganou os que receberam o sinal da besta e adoraram a
sua imagem. Estes dois foramlançados vivos no ardente lago de fogo e enxofre" (Ap 19.20). Portanto, o
Anticristo e o Falso profeta, na Batalha do Armagedon, serão aniquilados pela
espada que sai da boca de Cristo (isto é, por sua Palavra), e serão lançados vivos no lago de fogo e enxofre, que é o
inferno propriamente dito (Ap 19:20). É o fim das duas “bestas”. Amém!
2. O Juízo sobre o Dragão (Ap 20:9). Quando se completarem os mil anos, Satanás será solto da sua prisão e
sairá a seduzir as nações hostis a Cristo que há nos quatro cantos da Terra,
chamados de Gogue e Magogue(Ap 20:7-8). Aqui, Gogue e Magogue não devem ser
confundidos com os dos textos de Ezequiel 38-39. Na passagem do Antigo
Testamento, Magogue é um território extenso ao norte de Israel, e Gogue é seu
governante. Neste texto de Apocalipse, as palavras se referem às nações do
mundo em geral. Em Ezequiel, o contexto é pré-milenar; Em Apocalipse, é
pós-milenar.
Depois de recrutar um exército de
rebeldes ímpios, o Diabo marchará contra Jerusalém, a cidade do Grande Rei, “a
cidade amada”. Mas fogo descerá do céu vindo de Deus e consumirá as forças
hostis (cf Ap 20:9).
Pode parecer surpreendente que Satanás
conseguirá reunir um exército de incrédulos no final do milênio. É importante
lembrar, porém, que todas as crianças geradas durante o reinado de Cristo
nascerão com a natureza gentílica, pecadora, e precisarão ser salvas. Nem todos
aceitarão a Cristo como Rei legítimo. Os rebeldes se dispersarão por toda a
Terra, procurando afastar-se o máximo possível de Jerusalém, a capital do
Governo de Cristo.
Após os exércitos de Satanás ser
devorados por Cristo, Satanás será, para sempre, destruído, esmagado – “E o
diabo, que os enganava, foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde está a
besta e o falso profeta; e de dia e de noite serão atormentados para todo
sempre” (Ap 20:10). O julgamento divino é a destruição e ruína total de
Satanás. No inferno (o lago de fogo e enxofre), ele não reinará, sendo sempre
atormentado, dia e noite, eternamente.
III. A INSTALAÇÃO
DO TRONO BRANCO
Lançado o diabo no lago de fogo e de
enxofre, cessará o tempo histórico e será instalado o Grande Tribunal, também
conhecido como o Grande Trono Branco, a ser presidido por
nosso Senhor Jesus Cristo - “E vi um grande trono branco e o
que estava assentado sobre ele, de cuja presença fugiu a terra e o céu, e não
se achou lugar para eles. E vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam
diante do trono, e abriram-se os livros”(Ap 20:11,12).
1. O Grande Trono Branco. O Grande Trono
Branco simboliza o poder ilimitado
de Deus e a perfeição da execução de seus atos de justiça. É Grande por causa das questões envolvidas, e é Branco devido a
perfeição e pureza dos veredictos que ali serão dados. Os ímpios, os incrédulos,
aqueles que morreram sem Cristo, de todas as épocas, os grandes e os pequenos,
estarão postos em pé diante do Juiz para serem julgados.
a) O Juiz que irá presidir este
Julgamento. O Senhor Jesus
Cristo, o Justo Juiz, conduzirá esse último Julgamento. Ele foi designado pelo
Pai para essa missão. Assim diz o texto Sagrado: “Mas Deus [...] tem
determinado um dia em que com justiça há de julgar o mundo, por meio do varão
que destinou; e disso deu certeza a todos, ressuscitando-o dos mortos” (At 17:31). Ele mesmo expressou: "E também o
Pai a ninguém julga, mas deu ao Filho todo o juízo" (João 5:22).
Portanto, no Juízo Final, todos
estarão em pé ante o trono (Ap 20:12, ARA), mas haverão de se prostrar diante
do Justo Juiz para receber a sentença (João 5:22,23). Todos aqueles que não
quiseram se prostrar diante do Rei dos reis, antes da Segunda Vinda, durante a
Grande Tribulação e por ocasião do Milênio, estarão ali, onde terá pleno
cumprimento o que diz Filipenses 2:10,11: "para que ao nome de Jesus se
dobre todo joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e
toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai".
b) O Local e o tempo do Julgamento
Final. Pela Bíblia sabemos
o local e o tempo dos outros Julgamentos. Sabemos que o Julgamento dos nossos
pecados foi realizado na Cruz do Calvário, no ano 29 d.C. O Julgamento de nossas obras será realizado no
Céu, diante do Tribunal de Cristo, após o Arrebatamento da Igreja. O Julgamento da Nação de Israel será realizado na
Terra, durante a Grande Tribulação. O Julgamento das
Nações - Mateus 25:31-46 - será realizado na Terra, no término da Grande Tribulação e antes do
Milênio. Todavia, ninguém pode determinar o local em que será realizado o
Julgamento Final. Não será no Céu e não será na Terra, pois, estes fugiram da
presença daquele que estava assentado sobre o Trono Branco - “... e não se achou lugar para eles”(Ap 20:11). Sabe-se, somente, que
será depois do Milênio.
c) Os réus do Julgamento. Fica evidente pelo texto de Apocalipse 20:11-15 que esse é um julgamento
dos chamados “os mortos”(Ap 20:12,13) – “E vi os mortos,
grandes e pequenos, que estavam diante do trono, e abriram-se os livros. E
abriu-se outro livro, que é o da vida. E os mortos foram julgados pelas coisas
que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras. E deu o mar os mortos
que nele havia; e a morte e o inferno deram os mortos que neles havia; e foram
julgados cada um segundo as suas obras”.
Não há nenhuma referencia aos vivos. Assim, podemos
afirmar que, no Julgamento Final, diante do Trono Branco, estarão todos os
mortos ímpios de todos os tempos, não importa quando, onde ou como tenham
morrido. Ninguém será esquecido na terra, no mar, no inferno (hades), em lugar
nenhum – “Mas os outros mortos não reviveram, até que os mil anos se
acabaram...” (Ap 20:5). Estes, ao ressuscitarem, receberão um corpo
dotado de vida eterna, porém, não será um corpo de glória como os que receberam
os salvos. Será um corpo sem glória “... para vergonha e desprezo eterno” (Dn
12:2). Conforme afirmou o Senhor Jesus: “E os que fizeram o bem sairão
para a ressurreição da vida; e os que fizeram o mal para a ressurreição da
condenação” (João 5:29).
d) A base do Julgamento. Esse Julgamento,
ao contrário de uma concepção popular errada, não tem por finalidade apurar se
aqueles que o enfrentam serão salvos ou não. Todos os que devem ser salvos já
foram salvos e entraram no seu estado eterno. Os que serão abençoados
eternamente já entraram na sua bênção. Esse é antes um julgamento das más obras
dos incrédulos - “[...] E os mortos foram julgados pelas coisas que estavam
escritas nos livros, segundo as suas obras”(Ap 20:12).
e) O resultado do Julgamento. Nesse último grande Juízo não serão proferidas duas sentenças, como
ocorreu no Julgamento das Nações (Mt 25:46). Haverá uma única condenação para
os ímpios (Ap 20:15). Alguns dizem que os salvos também hão de ser julgados,
mas isso contraria o que Jesus afirmou, em João 5:24: "Em verdade, em
verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a
vida eterna, não entrará em juízo, mas passou da morte para a vida" (ARA).
Portanto, o salvo em Cristo tem a vida eterna hoje e não será julgado mais
quanto ao pecado (cf. Rm 8:1,33,34), a menos que se desvie do caminho da
justiça (2Pe 2:20-22; Mt 24:13; Ap 3:5).
O resultado desse julgamento fica bem
claro em Apocalipse 20:15: “E aquele que não foi achado escrito no livro da
vida foi lançado no lago de fogo”. A eterna separação de Deus é o destino
eterno dos incrédulos. É o que a Bíblia considera de segunda morte (Ap 20:14).
2. Os livros do juízo final - “E vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante do trono, e
abriram-se os livros. E abriu-se outro livro, que é o da vida...”(Ap 20:12). Naquela ocasião, vários livros serão abertos e tudo o que está gravado
no coração dos seres humanos, na parte mais profunda de seu ser, virá à tona.
Deus, por meio de Cristo Jesus, julgará os segredos de cada um (Rm 2:16).
Os mortos serão julgados de acordo
com as coisas escritas nos livros, isto é, segundo as suas obras (Ap 20:12).
Isso significa que o Senhor tem o registro de tudo o que fazemos (Sl 139:16; Ml
3:16; Sl 56:8; Mc 4:22). E aquele cujo nome não constar do Livro da Vida será
lançado no Lago de Fogo (Ap 20:15).
Conforme ensina o pr. Ciro Sanches
Zibordi, o Livro da Vida é o registro de todos os salvos, de todas as épocas (Dn 12:1; Ap 13:8;
21:27), “desde a fundação do mundo” (Ap 17:8). Os outros livros contêm um
registro detalhado das obras dos incrédulos. Nenhum dos presentes no julgamento
do Grande Trono Branco encontra-se registrado no Livro da Vida.
De acordo com a Palavra de Deus,
existe a possibilidade de pessoas salvas, que não perseverarem até ao fim,
terem os seus nomes riscados do Livro da Vida do Cordeiro (Ap 3:5). Em Êxodo
32:32,33 vemos essa verdade na intercessão de Moisés pelo povo: "Agora,
pois, perdoa o seu pecado; se não, risca-me, peço-te, do teu livro, que tens
escrito. Então, disse o Senhor a Moisés: Aquele que pecar contra mim, a este
riscarei eu do meu livro".
Alguns, ainda, afirmam que “Deus
relacionou toda a humanidade no Livro da Vida e só risca quem não recebe a
Cristo como Salvador”. Não obstante, a promessa "de maneira nenhuma
riscarei o seu nome do livro da vida" (Ap 3:5) é dirigida aos salvos que
vencerem, e não aos pecadores que se converterem. Estes, conquanto tenham os
seus nomes arrolados no Céu ao receberem a Cristo, precisam perseverar até ao
fim (Mt 24:13).
Em Filipenses 4:3, o apóstolo Paulo
mencionou cooperadores "cujos nomes estão no Livro da Vida", porém
antes ele asseverara: "estai sempre firmes no Senhor, amados" (Fp
4:1). Não foi por acaso que os pastores das sete igrejas da Ásia ouviram do
Senhor a mensagem: "Quem vencer" (Ap 2-3). A manutenção no nome de
alguém no Livro da Vida está condicionada à sua vitória até ao fim (Ap 3:5). Somos
filhos de Deus hoje (João 1:11,12), mas devemos atentar para o que diz
Apocalipse 21:7: "Quem vencer herdará todas as coisas, e eu serei seu
Deus, e ele será meu filho"(ZIBORDI, Ciro Sanches – Teologia
Sistemática Pentecostal – CPAD).
IV. O JULGAMENTO DOS MORTOS
Diante do Trono Branco estarão todos
os mortos que não fazem parte da Primeira Ressurreição. Em Apocalipse 20:13
está escrito que o mar dará os mortos que nele há. Jesus também afirmou que
"vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua
voz" (João 5:28). Onde quer que estiverem, os pecadores ressuscitarão para
comparecer diante do Trono Branco.
O Senhor Jesus falou sobre Duas Ressurreições: uma ele chamou de Ressurreição da
Vida, e a outra de Ressurreição da Condenação - “Não vos maravilheis
disso, porque vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua
voz. E os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida; e os que
fizeram mal, para a ressurreição da condenação”(João 5:28,29). Nesta
passagem bíblica fica claro que uma é a Ressurreição dos
Justos e a outra é a Ressurreição dos Ímpios. Os justos ressuscitarão primeiro,
por isto chamamos a ressurreição dos justos de Primeira Ressurreição. Os ímpios
somente ressuscitarão depois do Milênio, diante do Trono Branco, e para o
Julgamento Final, por isto chamamos a ressurreição dos ímpios de Segunda
Ressurreição (ler Ap 20:5).
Na Primeira Ressurreição, os salvos
ressuscitarão num corpo glorificado, conforme o corpo de Cristo(Fp 3:21). Na
Segunda Ressurreição, os ímpios ressuscitarão num corpo imortal, porém, sem
nenhuma glória, sem qualquer beleza, “para vergonha e desprezo eterno”(Dn
12:2). Esta Segunda Ressurreição acontecerá numa única etapa. Todos os ímpios,
de todos os tempos, ressuscitarão e comparecerão diante do Trono Branco, para o Julgamento Final.
Instalado o Tribunal, ante o Grande
Trono Branco, onde estará assentado Jesus Cristo – não como Salvador, mas como
Juiz -, serão chamados os réus, que são todos os homens e mulheres que ainda
não tiverem sido julgados até então. Nesse momento da chamada dos acusados,
haverá a ressurreição geral dos mortos, ou seja, a chamada “ressurreição do
último dia”, mencionada por Marta quando abordada por Jesus no dia da
ressurreição de Lázaro em Betânia. Essa ressurreição será uma ressurreição em
carne, ou seja, Deus promoverá a reunião da matéria e restabelecerá os corpos
daqueles que, durante toda a história da humanidade, viveram sobre a face da
Terra e desprezaram deliberadamente e conscientemente a oferta de Deus para trazer
o ser humano ao estado original da criação, ou seja, à comunhão eterna com o
seu Criador.
Esta é uma das provas bíblicas de que
ressurreição não se confunde com reencarnação, pois se Deus irá retomar toda a
matéria de que foi criado o ser humano que viveu durante toda a história da
humanidade dos locais em que eles morreram (Ap 20:13), isto é uma demonstração
de que se morre apenas uma vez sobre a face da Terra(cf Hb 9:27), ao contrário
do que afirmam os reencarnacionistas. Ainda mais, não há notícia de que venha a
ser ressuscitado qualquer corpo que venha de outro planeta, a comprovar,
também, que a teoria reencarnacionista, que sustenta a vida em outros planetas
para justificar o crescimento populacional, não tem qualquer fundamento
bíblico.
A Sentença - ou o Resultado deste
Julgamento: “... E aquele que não
foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo”(Ap 20:14-15). São
com estas palavras, e com esta afirmação, que será encerrada a Ata do
Julgamento Final. Assim, os ímpios, os réus do Julgamento dos Mortos, estarão
no “lago de fogo” enquanto viverem, e, viverão eternamente - “... de dia e de
noite serão atormentados para todo o sempre”(Ap 20:10). Chamamos isso de a
“segunda morte”, que significa a separação eterna de Deus.
“O sinistro fato do castigo eterno
para os ímpios é a maior razão para levar o Evangelho a todo o mundo, e fazer o
máximo possível para persuadir as pessoas a arrependerem-se e a aceitarem a
Cristo antes que seja tarde demais” (Nota da Bíblia de Estudo Pentecostal).
V. O JULGAMENTO DA MORTE E DO INFERNO
O pastor Ciro Sanches Zibordi explica
com muita substância este assunto. Diz ele: Segundo a Palavra de Deus, a morte
(gr. thanatos) e o inferno (gr. hades) darão os seus mortos, os quais, após o Juízo Final, serão lançados no
Lago de Fogo (Ap 20.13,14).
O vocábulo "morte", na
passagem em análise, tem sentido figurado; trata-se de uma metonímia (figura de
linguagem expressa pelo emprego da causa pelo efeito ou do símbolo pela
realidade), numa alusão a todos os corpos de ímpios, oriundos de todas as
partes da Terra, seja qual for a condição deles. Há pessoas cujos
corpos são cremados; outras morrem em decorrência de grandes explosões, etc.
Todas terão os seus corpos reconstituídos para que, em seu estado tríplice (cf.
I Ts 5.23), compareçam perante o Juiz.
No entanto, para que alguém compareça
ao julgamento em seu estado pleno - espírito, alma e corpo -, estes elementos
terão de ser reunidos. Daí a ênfase de que "a morte" e também "o
inferno" darão os seus mortos. O termo "inferno" aqui é hades, também empregado de
forma metonímica. Em outras palavras, assim como a "morte" dará o
corpo, o Hades dará a parte que não está neste mundo físico, isto é, a alma (na
verdade, alma+espírito).
Todos os sentenciados ao Lago de
Fogo, no Trono Branco, serão pecadores já condenados (cf. João 3.18,36), haja
vista o Hades ser um lugar de tormentos onde os injustos aguardam a sentença
definitiva (cf. Lc 16.23). Nenhuma alma salva em Cristo se encontra no Hades,
mas no Paraíso (Lc 23.43; 2 Co 12.2-4). Nesse caso, os mortos salvos durante o
Milênio ressuscitarão antes do Juízo Final, mas não para comparecerem diante do
Justo Juiz como réus (cf. João 5.22-29).
Com base no que foi dito acima,
podemos entender melhor a frase "a morte e o inferno foram lançados no
lago de fogo" (Ap 20.14). Isso denota que os corpos e as almas dos
perdidos - que saíram do lugar onde estavam e foram reunidos na "segunda
ressurreição", a da condenação (João 5.29b) -, depois de ouvirem a sentença
do Justo Juiz, serão lançados no Inferno propriamente dito, o Lago de Fogo.
A frase "a morte e o inferno
foram lançados no lago de fogo" (Ap 20.14) tem uma correlação com o que
Jesus disse em Mateus 10.28: "Não temais os que matam o corpo e não podem
matar a alma; temei, antes, aquele que pode fazer perecer no inferno tanto a
alma como o corpo" (ARA). Ou seja, as almas ("o Hades") e os
corpos ("a morte") serão lançados no Geena. Depois disso, nunca mais
haverá morte, o último inimigo a ser vencido (I Co 15.26) (ZIBORDI, Ciro
Sanches. Teologia Sistemática Pentecostal – CPAD).
CONCLUSÃO
À luz da Palavra de Deus, o Senhor
anuncia a todas as pessoas, em todos os lugares, que se arrependam, pois tem
determinado um Dia em que, com justiça, há de julgar o mundo por meio do Senhor
Jesus Cristo (At 17:31). Como vimos nesta aula, o resultado desse julgamento é
a separação eterna de Deus. É descrito por João: “E aquele que não foi escrito
no Livro da Vida foi lançado no lago de fogo”. Esta advertência não pode passar
despercebida. É clarividente que o visto de entrada para o Céu é: ter o nosso
nome escrito no Livro da Vida. Isso significa aceitar a Jesus como Salvador e
Senhor. Portanto, viver de forma que agrademos a Deus é, sem dúvida alguma, uma
motivação para que não sejamos partícipes do Juízo Final, pois nele não serão
julgados aqueles que receberam a Salvação em Cristo Jesus e foram fiéis até o
fim.
----
Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembléia de Deus – Ministério
Bela Vista.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Coloque sua opinião de maneira clara e objetiva