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1 de outubro de 2011

Lição 1 - Quando a Crise Mostra a sua Face




LIÇÕES BÍBLICAS 4º TRIMESTRE 2011
Tema: "NEEMIAS"
"Integridade e coragem em tempos de crise
"
Lição 1 - QUANDO A CRISE MOSTRA A SUA FACE
INTRODUÇÃO
Estamos diante de mais um novo trimestre da EBD, e, desta vez estudaremos sobre o homem de Deus chamado Neemias e sua chamada para restaurar os muros de Jerusalém. Durante o trimestre em vigor, observaremos a preocupação de Neemias com a restauração política e geográfica de Judá. A fé, a oração e dedicação a obra do Senhor por esse destemido e corajoso servo de Deus é o exemplo para os que querem sucesso na vida espiritual.
- Faremos uma breve análise sobre o livro de Neemias e só assim, depois seguiremos a argumentar sobre a crise do seu tempo.
(Bíblia Estudo das Profecias, págs. 492,493).
I – O LIVRO DE NEEMIAS
Neemias, contemporâneo de Esdras, copeiro no palácio do Rei da Pérsia, lidera o terceiro e último retorno a Jerusalem depois do exílio Babilônico. Sua preocupação com o bem-estar de Jerusalem e seus habitantes faz com que ele tome uma atitude audaciosa. Com permissão para voltar a sua terra natal, Neemias desafia seus compatriotas a se levantarem e reconstruírem os muros caídos de Jerusalem. A despeito da oposição externa e do abuso interno, a tarefa é completada em apenas 52 dias, um feito que até os inimigos de Israel atribuem á atuação de Deus. Contrastando com isso, a tarefa de restaurar e reavivar o povo de Deus que está do lado de dentro das muralhas requer anos da vida e da liderança piedosa de Neemias.
A palavra Hebraica para Neemias é “NEHEMYAH”, que quer dizer “conforto de YAHWEH”. O livro recebe o nome do seu principal personagem, o qual aparece no primeiro versículo. Na septuaginta, a versão Grega do A. T. feita três séculos antes de Cristo, o livro combinado de Esdras e Neemias recebe o título de Esdras Deuteron, ou segundo Esdras (ver, o livro de Esdtras). O título Latino é “LIBER SECUNDUS ESDRAE”, (segundo livro de Esdras – Esdras era o nome do primeiro). Neste ponto, já é considerado um livro separado de Esdras e, mais tarde, passa a ser chamado de LIBER NEHEMIAE, “livro de Neemias”.  
II – O AUTOR DE NEEMIAS
Fica claro que a maior parte do livro veio das memórias pessoais de Neemias. Os relatos são notavelmente francos e vívidos. Certamente, Neemias capítulo 1:1-7: 12:27-43: e 13:4-31. São “as palavras de Neemias” (1:1). Alguns estudiosos acham que Neemias tenha composto estas partes e compilado o resto. Outros acham que Esdras tenha escrito (Ne 7:6: 12:26 e 12:44) e compilado o resto fazendo o uso do diário pessoal de Neemias. Uma terceira posição, a de que nenhum dos dois tenha escrito o livro, parece ser a menos provável em função das evidências. Neemias 7:5-73 é praticamente igual a Esdras 2:1-70, e ambas as listas parecem ter sido extraída das de outro registro do mesmo período.
Como copeiro do Rei Artaxexes I, Neemias tinha uma posição de enorme responsabilidade. Seu papel de provar o vinho do Rei para impedir que estivesse envenenado coloca Neemias numa posição de confiança e confidência e como conselheiro do Rei. Como governador de Jerusalém de 444 a 432 a. C. (5:14; 8:9; 10:1; 13:6), Neemias demonstra coragem, compaixão pelo oprimido, integridade, piedade e altruísmo. Ele está disposto a abrir mão do luxo e das facilidades do palácio para ajudar seu povo. Ele é um leigo dedicado que tem a prioridades corretas e está preocupado com a obra de Deus, alguém capaz de encorajar e repreender no momento certo, forte na oração e que dá todo crédito e glória a Deus.
III – O TEMPO DE NEEMIAS
Tanto Esdras como Neemias participam do mesmo cenário histórico. O livro de Neemias se encaixa dentro do reinado de Artaxexes I da Pérsia (464-423 a. C.). Ester é Madrasta de Artaxexes, e é possível que ela tenha sido fundamental na indicação de Neemias como copeiro do Rei. Neemias deixa a Pérsia no vigésimo ano do reinado de Artaxexes (Ne 13:6) e parte novamente “ao cabo de certo tempo”. Talvez por volta de 425 a. C. Este livro deve ter sido completado depois  da segunda visita a Jerusalém.
A confiabilidade histórica deste livro é confirmada pelos papiros elefantinos. Estes documentos antigos mencionam Sambalate (Ne 2:19) e Joanã (6:18; 12:23), e indicam que Bigvai tenha substituído Neemias como Governador de Judá por volta de 410 a. C.
Malaquias vive e ministra durante o tempo de Neemias, e uma comparação dos dois livros mostra que muitos dos males encontrados por Neemias são especificamente denunciados por Malaquias. A frieza de coração em relação a Deus descrita nos dois livros continua sendo um problema em Israel durante os quatrocentos anos que antecedem a chegada de Cristo, período carente da revelação de Deus.
IV – O CRISTO DE NEEMIAS
Do mesmo modo que Esdras, Neemias retrata Cristo em seu ministério de restauração. Neemias ilustra Cristo pelo fato de abdicar de sua posição elevada com o objetivo de se identificar com o apelo do seu povo. Ele vem com uma missão específica e a cumpre. Sua vida é caracterizada pela oração e dependência de Deus.
Tudo é restaurado neste livro, exceto o Rei. O templo é reconstruído,  Jerusalém é reerguida, a aliança é renovada, e o povo é restaurado. A linhagem Messiânica está intacta, mas o rei ainda está por vir. O decreto de Artaxexes em seu vigésimo ano (2:2) marca o ponto inicial da profecia de Daniel sobre asa setenta semanas (Dn 9:25-27). “Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém, até ao ungido, ao Príncipe, sete semanas e sessenta e duas semanas; as praças e as circunvalações se reedificarão, mas em tempos angustiosos” (Dn 9:25). O Messias viria ao final das 69 semanas, e isto se cumpre exatamente no ano 33 d.C.
V – AS CHAVES PARA NEEMIAS
Palavra-chave: “muros de Jerusalém”. Enquanto Esdras lida com a restauração religiosa de Judá. A preocupação básica de Neemias é a restauração política e geográfica de Judá. Os primeiros sete capítulos são dedicados á reconstrução dos muros de Jerusalém, pois esta cidade era o centro espiritual e político de Judá. Sem muros, Jerusalém mal poderia ser considerada uma cidade. Como governador, Neemias também exerce uma firme autoridade civil. Esdras e Neemias trabalham juntos para construir o povo moral e espiritualmente, de modo que a restauração fosse completa.
Verso-chave: Neemias 6:15,16; 8:8. “Acabou-se, pois, o muro aos vinte e cinco dias do mês de elul, em cinqüenta e dois dias.. Sucedeu que, ouvindo-o todos os nossos inimigos, temeram todos os gentios nossos circunvizinhos e decaíram muito no seu próprio conceito; porque reconheceram que por intervenção de nosso Deus é que fizemos esta obra” (Ne 6:15,16).  “Leram no livro, na Lei de Deus, claramente, dando explicações, de maneira que entendessem o que se lia” (8:8).
Capítulo-chave: Neemias 9. A chave do A. T. é a aliança, a qual é tema e fator de união. A história de Israel pode ser dividida de acordo com a obediência ou desobediência da nação á aliança condicional feita com Deus: Bênçãos pela obediência, destruição pela desobediência. Neemias 9 registra que depois da restauração dos muros de Jerusalém, a nação reafirmou sua lealdade á aliança.
VI – ANÁLISE DE NEEMIAS
Neemias está grandemente associado com o ministério de seu contemporâneo, Esdras, o sacerdote que traz renovação espiritual. Neemias é governador que traz a reconstrução física e política e lidera o povo na reforma moral. A combinação dos dois resulta numa equipe bastante eficiente para a reconstrução do remanescente pós-exílico. Malaquias, o último profeta do A. T, também ministra  durante esse período e dá direção adicional nas questões morais e espirituais. O livro de Neemias nos leva ao fim do registro histórico do A. T, cerca de 400 anos antes do nascimento do Messias prometido. Suas divisões são: a reconstrução do muro (1-7) e a restauração do povo (8-13).
A reconstrução do muro – A grande preocupação de Neemias em relação ao seu povo e ao bem-estar de Jerusalém o conduz a uma atitude ousada. Os muros de Jerusalém, destruídos por Nabucodonozor em 586 a. C., haviam sido evidentemente reconstruídos depois de 464 a. C., quando Artaxexes I assumiu o trono da Pérsia (Ed 4:6-23). Ao ouvir que a oposição conseguiria a segunda destruição, Neemias ora em favor do seu povo e garante a permissão, provisão e proteção de Artaxexes para o enorme projeto de reconstrução dos muros. O retorno de Neemias em 444 a. C. ocorre 13 anos depois do retorno liderado por Esdras e 94 anos depois do retorno liderado por zorobabel. Neemias inspeciona os muros e desafia o povo a se dispor e a edificar (Ne 2:18). O trabalho começa imediatamente, no muro e em seus portões, com as pessoas construindo partes correspondentes aos lugares onde viviam.
Porém, a oposição logo aparece primeiramente na forma de zombaria e, depois, como conspiração, num momento em que o progresso estava num ritmo alarmante. Neemias supera as ameaças colocando metade das pessoas em vigilância militar e metade na construção. Enquanto a oposição externa continua a se levantar, a interna também cresce. Os Judeus mais ricos abusavam e oprimiam os mais pobres, forçando-os a hipotecar suas propriedades e entregar seus filhos como escravos. Neemias novamente lida com o problema através da fórmula oração e ação. Ele também lidera através do seu exemplo, sacrificando seu salário de governador. Apesar da traição, do engano e da difamação, Neemias continua a confiar em Deus e a trabalhar com total dedicação até que a obra fosse completada. A tarefa é cumprida em inacreditáveis 52 dias, e até mesmo os inimigos reconhecem que isto só seria possível por intervenlção divina (Ne 6:16).
A restauração do povo – (8-13. A construção dos muros é seguida da consagração e consolidação do povo. O sacerdote Esdras é o líder do reavivamento espiritual (8-10), o remanescente da reforma que ele liderara treze anos antes (Ed 9-10). Esdras se coloca num pódio especial de madeira depois da conclusão dos muros e promove uma maratona de leitura da lei, traduzida do Hebraico para o aramaico, de modo que todos pudessem entender. O povo responde com lágrimas, confissão, obediência e regozijo. Os levitas e sacerdotes lideram o povo numa grande oração abrangendo a obra passada de libertação e lealdade que Deus operou em favor do seu povo, e magnificando os atributos de Deus, como a santidade, a justiça, a misericórdia e o amor. A aliança com Deus é, então, renovada através do compromisso do povo de se dedicar e se afastar dos casamentos com os gentios, obedecendo assim, aos mandamentos de Deus.
São definidos espaços para determinar quem ficará em Jerusalém e quem retornará para sua cidade de herança. Pede-se que um décimo do povo permaneça em Jerusalém, e o restante da terra é redistribuído entre as pessoas e sacerdotes. Os muros de Jerusalém são dedicados ao Senhor numa alegre cerimônia acompanhada de música instrumental e vocal. Infelizmente, o reavivamento de Esdras tem vida curta. Neemias, que retornara para a Pérsia em 432 a. C., faz uma segunda viagem a Jerusalém em  cerca de 425 a. C. para reformar o povo. Ele limpa o templo, enfatiza o sábado e exige que o povo ponha de lado as esposas estrangeiras.
VII  –  A CRISE NOS TEMPOS DE NEEMIAS
A palavra “crise” na língua Chinesa tem dois significados: “Perigo e oportunidade”. A crise é um perigo porque desestabiliza, mina as resistências, tornando a pessoa vulnerável á uma derrota; por outro lado a crise é uma oportunidade de mudança, crescimento, amadurecimento e desenvolvimento de meios para ultrapassá-la.
1-      Crise de identificação
   Após o longo período do cativeiro, o povo, em sua maior parte, constituía-se de uma nova geração que nasceu em pleno exílio babilônico, sem o mesmo lastro de seus antepassados, apesar de forte formação religiosa que os judeus transmitiam aos seus filhos, em qualquer circunstância, obedecendo aos ditames de Jeová. Todavia, aos judeus em babilônia faltava uma pátria, o idioma nem sempre era o hebraico e o maior de todos os tesouros, a palavra de Deus, não ocupava a mesma atenção de outrora.
2-      Crise cultural
   De regresso a palestina, os judeus vieram impregnados pela influência dos costumes pagãos e, para piorar ainda mais a situação, passaram a viver em meio a outros povos cujo padrão de vida contrastava com a santidade de Deus. Lá estavam os Samaritanos, os Arábios, os Amonitas e os Asdoditas (estes um resíduo dos antigos Filisteus), com os quais os judeus foram misturar-se através do casamento, não dando a mínima atenção ao que preceituava a lei de Moisés. Quantos, ainda hoje, usam do mesmo expediente e querem introduzir os costumes ou cultura mundana na igreja? Lembremo-nos que, a cultura e costumes são locais, efêmeros, podem ser destruídos, igreja jamais! ALELUIA!
3-      Crise religiosa
  Apesar do esforço sobre-humano de Esdras o escriba da lei de Deus, a reforma religiosa por ele empreendida só veio a ter resultados práticos anos mais tarde, já na época de Neemias em Jerusalém. Até então o povo continuava indiferente em sua religiosidade, isto porque faltava um líder que pudesse dirimir todas as questões e ser ouvido por todos.
4-      Crise territorial
Finalmente, as reais condições do povo judeu se revelavam pela falta de segurança em suas próprias fronteiras (Ne 1:1-3; 2:17). O inimigo luta para infiltrar o mundanismo no território sagrado que é a igreja de Cristo, através do secularismo ela também tenta profanar e secularizar aquilo que o Senhor consagrou com o seu próprio sangue.
A história do povo de Deus está repleta de homens de Deus que em tempo de crise semelhante a essas não recuaram, mas enfrentaram as ardilosas estratégicas satânica, demonstrando que o povo de Deus é vitorioso quando se põem a orar, consagrar e dar ouvido a vontade de Deus inserida na sua majestosa palavra. Homens como João Crisóstomo, Martinho Lutero, Wesley e outros, não se deixaram ser levados pelas críticas, zombarias e  ameaças tal qual foi o caso de Neemias, porém mudaram a história  de sua época, dizendo isto, que nós também podemos mudar a nossa geração com a pregação da palavra de Deus em frente as oposições infernais deste mundo. Mas, o melhor de tudo é que o Deus de Neemias é o mesmo nosso Deus e pode nos dar vitória se permanecermos  fieis a Ele assim como o foi o grande líder Neemias.
CONCLUSÃO
Observa-se, que se não fosse  a intervenção divina, os filhos de Judá seriam destruídos pelos povos vizinhos que, inspirados pelo príncipe das trevas, queriam impedir o renascimento nacional judaico. Mas, graças a Deus porque, em todas as crises, Jeová levanta sempre um homem para intervir segundo a sua vontade. Tendo em vista o grave momento atual, roguemos ao Senhor que nos mande muitos Neemias. Lembremo-nos de uma coisa: somente um despertamento espiritual poderá levantar nossos Neemias. Que o Senhor Jesus, pois, nos desperte neste momento tão difícil.

Bibliografia
Bíblia de Estudo das Profecias – segunda edição revista e atualizada.
Lições Bíblicas (adultos) Outubro a Dezembro – 1984.
Apontamentos Teológicos do autor.

Comentarista:
Pastor Josaphat Batista - Credenciado CEADEB 5.651 - CGADB 28.509
Presidente do Campo da Assembléia de Deus na cidade de Ibotirama-Ba. Pós-Graduado em Docência do Ensino Superior, Bacharel em Teologia Convalidado pelo MEC, Membro do CEECRE (Conselho Estadual de Educação e Cultura Religiosa), Diretor da ESTEADI (Escola Teológica da Assembléia de Deus em Ibotirama, Conferencista, Seminaristas, Escritor e fundador dos Congressos EBD no Campo de Camaçari-Ba.
Contatos:  
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(71) 8166-9761 (Tim – Portabilidade)   (77) 8849-3304 - OI


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