a) Na festa de Pentecostes, em 30 ou 33 d.C, deu-se o aniversário da Igreja. 50 dias depois da crucifixão de Jesus. 10 dias após sua Ascensão. Pensa-se que esse Pentecostes caiu no primeiro dia da semana. A festa de Pentecostes era também chamada festa das Primícias da colheita eram por essa ocasião apresentadas a Deus. Outrossim, comemorava a promulgação da Lei no Sinai. Apropriava-se, pois, para ser o dia da promulgação do Evangelho e da recepção das primícias da colheita mundial do mesmo Evangelho. Jesus, em Jo 16:17-24, tinha falado da inauguração da época do Espírito Santo. E agora, está sendo de fato inaugurada, numa poderosa manifestação milagrosa do Espírito Santo, com o som como de um vento impetuoso, e com línguas como de fogo pousando sobre cada um dos Apóstolos, esta feita para representantes do mundo inteiro, a judeus e a prosélitos ao judaísmo reunidos em Jerusalém para celebrar o Pentecostes, vindo de todas as terras do mundo que então se conheciam (mencionando-se 15 nações, 2:9-11) – e os Apóstolos da Galiléia falavam para eles nas suas próprias línguas.
c) O Cumprimento das Profecias. Nota-se as declarações repetidas que o que acontecia
já tinha sido predito: A traição de Judas, 1:16-20; a Crucifixão, 3:18; a Ressurreição,
2:25-28; a Ascensão de Jesus, 2:33-35; a vinda do Espírito Santo, 2:17.
"Todos os profetas", 3:18-24.
O rei Davi planejou a
edificação do templo e reuniu os materiais necessários. Mas foi Salomão, seu
sucessor, quem o erigiu (1 Cr 29: 1,2). Jesus igualmente planejou a Igreja
durante seu ministério terreno (Mt 16:18; 18:17). Preparou os materiais
humanos, porém deixou ao seu sucessor e representante, o Espírito Santo, o
trabalho de erigi-la. Foi no dia de Pentecoste que esse templo espiritual foi
construído e cheio da glória do Senhor (cf. Êx 40:34,35; 1 Rs 8:10,11; Ef
2:20). O dia de Pentecoste era a inauguração da Igreja, e o cenáculo, o local
dessa comemoração.
a) O Dia de Pentecostes
"E, cumprindo-se o dia
de Pentecostes…" O nome "Pentecoste" (derivado da palavra grega
"cinqüenta") era dado a uma festa religiosa do Antigo Testamento. A
festa era assim denominada por ser realizada 50 dias após a Páscoa (ver Lv
23:15-21). Observe sua posição no calendário das festas. Em primeiro lugar
festejava-se a Páscoa. Nela se comemorava a libertação de Israel no Egito.
Celebravam a noite em que o anjo da morte alcançou os primogênitos egípcios,
enquanto o povo de Deus comia o cordeiro em casas marcadas com sangue. Esta
festa tipifica a morte de Cristo, o Cordeiro de Deus, cujo sangue nos protege
do juízo divino. No sábado, após a noite de Páscoa, os sacerdotes colhiam o
molho da cevada, previamente selecionado. Eram as primícias da colheita, que
deviam ser oferecidas ao Senhor. Cumprido isto, o restante da colheita podia
ser ceifado. A festa tipifica Cristo, "as primícias dos que dormem"
(1 Co 15:20). O Senhor foi o primeiro ceifado dos campos da morte para subir ao
Pai e nunca mais morrer. Sendo as primícias, é a garantia de que todos quantos
nele crêem seguí-lo-ão pela ressurreição, entrando na vida eterna.
Quarenta e nove dias eram
contados após o oferecimento do molho movido diante do Senhor. E no
qüinquagésimo dia – o Pentecoste – eram movidos diante de Deus dos pães. Os
primeiros feitos da ceifa de trigo. Não se podia preparar e comer nenhum pão
antes de oferecer os dois primeiros a Deus. Isto mostrava que se aceitava sua
soberania sobre O mundo. Depois, outros pães podiam ser assados e comidos. O
significado típico é que os 120 discípulos no cenáculo eram as primícias da
igreja cristã, oferecidas diante do Senhor por meio do Espírito santo, 50 dias
após a ressurreição de Cristo. Era a primeira das inúmeras igrejas
estabelecidas durante os últimos 19 séculos.
O Pentecoste foi a evidência
da glorificação de Cristo. Para Myer Pearlman, a descida do Espírito era como
um "telegrama" sobrenatural, informando a chegada de Cristo à mão
direita de Deus. Também testemunhava que o sacrifício de Cristo fora aceito no
Céu. Havia chegado a hora de proclamar sua obra consumada. O Pentecoste era a
habilitação do Espírito no meio da Igreja. Após a organização de Israel, no
Sinai, o Senhor veio morar no seu meio, sendo sua presença localizada no
Tabernáculo. No dia de Pentecoste, o Espírito Santo veio habitar na Igreja, a
fim de administrar, dali, os assuntos de Cristo.
b) O Falar em Línguas
Apareceu em seguida a
realidade da qual o vento é símbolo: "E todos foram cheios do Espírito
Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes
concedia que falassem". O que produz esta manifestação? O impacto do
Espírito de Deus sobre a alma humana. É tão direto e com tanto poder, que a
pessoa fica extasiada, falando de modo sobrenatural. Isto pelo fato de a mente ficar
totalmente controlada pelo Espírito. Para os discípulos, era evidência de
estarem completamente controlados pelo poder do Espírito prometido por Cristo.
Quando a pessoa fala uma língua que nunca aprendeu, pode ter a certeza de que
algum poder sobrenatural assumiu o controle sobre ela. Alguns argumentaram que
a manifestação do falar em línguas limitou-se à época dos apóstolos. Aconteceu
para ajudá-los a estabelecer o Cristianismo, uma novidade naquela época. Não
existe, no entanto, limites à continuidade dessa manifestação no Novo
Testamento.
Mesmo no quarto século
depois de Cristo, Agostinho, o notável teólogo do Cristianismo, escreveu:
"Ainda fazemos como fizeram os apóstolos, quando impuseram as mãos sobre
os samaritanos, invocando sobre eles o Espírito mediante a imposição das mãos.
Espera-se por parte dos convertidos que falem em novas línguas". Ireneu
(115-202 d.C.), notável líder da Igreja, era discípulo de Policarpo, que por
sua vez foi discípulo do apóstolo João. Ireneu escreveu: "Temos em nossas
igrejas muitos irmãos que possuem dons espirituais e que, por meio do Espírito,
falam toda sorte de línguas".
A Enciclopédia Britânica declara que a glossalália (o falar em
línguas) "ocorreu em reavivamentos cristãos durante todas as eras: por
exemplo, entre os frades mendicantes do século XIII, entre os jansenistas e os
primeiros quaquers, entre os
convertidos de Wesley e Whitefield, entre os protestantes perseguidos de
Cevennes, e entre os irvingistas". Podemos multiplicar as referências,
demonstrando que o falar em línguas, por meios sobrenaturais, tem ocorrido em
toda a história da Igreja. (Nota: O falar em línguas nem sempre é em língua conhecida. Ver 1 Co 14.2).
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