Analisando o livro de Neemias

Nome: Neemias – Significado em hebraico – Jeová Consola, Conforta

Data do nascimento: por volta de 480 a.C.

Local de nascimento: Susã (antiga capital de Elam), Pérsia;

Nacionalidade: israelita, nascido na Pérsia;

Ocupação: copeiro de rei (Artaxerxes, um cargo de confiança do rei (Ne 1.11; Gn 40.21).

O autor – Neemias / Esdras

Homem de personalidade forte, que não tinha dó de quem se impor-se ao sentimento que Deus colocou em seu coração,

De fato Neemias se tornou um homem duro, franco, colérico, rijo, indócil, que não tinha medo de desafios e achava mais fácil fazer do que mandar, e Neemias estava com tanta convicção do que tinha pra fazer, que as pessoas se assustavam ao vê-lo com tamanha empolgação nos projetos.

Mas isso tudo não foi obstáculo no serviço do palácio, nem pra ter tamanha intimidade e respeito, que quando Ele coloca a situação da cidade de seus pais perante o rei, a rainha se preocupa com o seu retorno mostrando que Ele era uma pessoa querida no palácio.

Segundo alguns teólogos, a função de Neemias ia alem de servi a mesa do rei, Ele era um tipo de conselheiro, um tipo de primeiro ministro, daí a importância dEle.

 Filho de Azbuque, (Azboq, Hacalias), da tribo de Judá, e provavelmente da casa de Davi. Aparece primeira vez em Susã, o principal palácio dos reis da Pérsia, onde exercia o cargo de copeiro de Artaxerxes Longímano, cuja madrasta era Ester.  Por volta de 445 a.c.  houve dois reis Artaxerxes, embora a maioria dos estudiosos acredite que Neemias viveu durante o reinado do primeiro, de 465 a 424. a.C.

Veio Hanani, um de seus irmãos, que havia chefiado uma caravana de Judeus, com Ele alguns de Judá; e perguntei-lhes pelos judeus que tinham escapados, e acerca de Jerusalém.

Eles me responderam: Os restantes que ficaram na província estão em grande aflição e opróbrio; também está derribado o muro de Jerusalém, e as suas portas queimadas a fogo. Bem, depois de os Persas terem vencido os Babilônicos.

Com a ascensão do império medo persa no ano 536 a.C. o rei Ciro instigado por Deus, permite que um grupo de judeus retorne a Jerusalém a fim de reconstruir os muros da cidade e reerguer o Santo Templo. Dn. 8. 3. Ed. 1. 1.

Os judeus depois de terem passados quase cem anos na sua terra natal, conseguiram reerguer o templo e edifica o culto ao Deus de Israel.

Há muito tempo este livro tem estado ligado ao nome de Esdras na tradição hebraico-cristã. Seus estreitos laços com os livros de 1 e 2 Crônicas em estilo, linguagem, aspecto  e propósito apontam para uma obra que originalmente incluía Crônicas, Esdras e Neemias. O fato de Crônicas ter estado inicialmente como o primeiro livro da série pode ser observado pela repetição dos versos finais de 2 Crônicas no início do livro de Esdras. Provavelmente, os livros de Crônicas foram mais tarde colocados em último lugar em virtude de terem sido aceitos posteriormente pela comunidade judaica. Outros arranjos diferentes são evidentes na Septuaginta, como parte de Neemias 8 ter sido transferido para acompanhar Esdras 10.2. A natureza composta dessas obras, e sua grande semelhança têm dado ao autor ou editor o nome de “Cronista”. O Talmulde (Baba Bathra 15ª) considera Esdras como o autor principal e Neemias, seu contemporâneo, como aquele que completou os registros.

O fato de Neemias ter feito intenso uso de memórias pessoais torna-o, com toda certeza, um substancial autor do material que agora leva seu nome. Esse material vem de um documento muito parecido com um diário pessoal. Alguns acreditam que ele nunca teve a intenção de publicá-lo, por ter registrado os eventos e as emoções a eles associados de forma muito franca e cheia de vida. Essas observações feitas em primeira mão são tremendamente importantes para lançar alguma luz sobre a história política dos judeus durante o período persa.

 Antecedentes Históricos:

Por causa da deliberada desobediência ao Senhor o reino do norte formado por dez tribos, foi destruído pela Assíria que, para humilhar ainda mais os filhos de Israel, levou-os cativos a Mesopotâmia. Isso aconteceu por volta de 722 a.C. em 586 a.C. foi a vez do reino do sul. Veio Nabucodonosor contra Jerusalém, deitou por terra o Santo Templo e derribou os muros da Cidade Santa. Em seguida levou os filhos de Judá cativos a babilônia, onde permaneceriam 70 anos. Jr. 25. 11.

  

Desde o ano de 625 a.C. até poucos anos depois que Judá deixou de ser um estado, no ano de 586 a.C. Mais de cinqüenta nos de apostasia religiosa sob o reinado de Manassés foram finalmente seguidos de uma reforma religiosa no governo de Josias. (621-607) a.C.). Jeremias apoiou a reforma com entusiasmo até perceber que o coração do povo não mudava. Dois anos após a morte de Josias, a batalha de Carquemis (605 a.C.) consolidou o domínio babilônico sobre a Ásia Ocidental. A partir daí, Jeremias defendeu a submissão a Babilônia, porém não teve êxito. Por causa da administração dos últimos quatro reis de Judá, dos vinte e um anos de apostasia religiosa e fraqueza política, tornou-se inevitável a queda de Jerusalém no ano de 586 a.C. e o conseqüente exílio.

As angustiosas circunstâncias sob as quais Jeremias trabalhava e a extraordinária extensão com que a idolatria tomara o lugar da religião revelada em Judá. A angústia espiritual de Jeremias é causada por esta apostasia. Contudo, não era ele um homem pessimista. Era, essencialmente, guerreiro de Deus, porém um guerreiro que também exercia as funções de atalaia e testemunha. Nos oráculos de Jeremias, Deus, o Governante moral do mundo, é o Deus das alianças de Israel. Por meio de Israel, procurou atingir fins morais. Em realidade, o adultério, pelo assim dizer, do reino setentrional com os baalins obrigou Deus a dar-lhe carta de divórcio, ou seja, mandá-lo para o exílio. Judá, o reino meridional, não tirou proveito da experiência de Israel. Na verdade, superou a Israel na prática de impurezas sexuais, a despeito de rejeitar as acusações de infidelidade religiosa. Portanto, Deus teve de castigá-la.

O arrependimento poderia ter suspenso o processo de divórcio (exílio), apesar de seus adultérios, visto como a graça divina é imensa. Todavia, tão arraigada estava a imoralidade em Judá que a nação não era capaz de corrigir-se moralmente. Aos poucos foram desaparecendo as virtudes sociais. Nem os sacrifícios nem os ritos poderiam substituir o arrependimento e a justiça. A espantosa pecaminosidade de Judá significava que o pecado devia ser congênito, por conseguinte, não tinha capacidade moral. Esse pecado nascia de uma natureza pecaminosa. O juízo e o exílio eram inevitáveis. Porém o exílio não era a última palavra.

A missão de Neemias.

Quando Neemias chega a Jerusalém, (provavelmente por volta de 445, a.C). Ele percebeu que nada poderia ser feito para reconstruir a cidade e torná-la segura enquanto os muros não fossem reconstruídos.

A obra precípua de Neemias era de reconstruir as muralhas e fortificar a cidade. Por causa dos povos inimigos que viviam em redor. Esdras chegou à cidade 13 anos antes de Neemias, mas Esdras era somente um sacerdote.

Neemias um governador civil com autoridade do rei. O intrépido Neemias não se conformou com os inimigos fora, nem com o pecado dentro, Quando Sambalate (um persa nomeado governador de Samaria), ouviu que edificávamos o muro, ardeu em ira, indignou-se muito e escarneceu dos judeus; E falou na presença de seus irmãos e do exército de Samaria, dizendo: Que fazem estes fracos judeus? Fortificar-se-ão? Oferecerão sacrifícios? Acabarão a obra num só dia? Vivificarão dos montões de pó as pedras que foram queimadas? Ora, estava ao lado dele Tobias, o amonita, (o seu nome leva a entender que Ele tinha alguma ligação com o povo judeu, possivelmente era praticante no culto, mas mostrou-se que não era amigo dos judeus), que disse: Ainda que edifiquem, vindo uma raposa derrubará o seu muro de pedra. Neemias não se entristece, e vai orar: Ouve, ó nosso Deus, pois somos tão desprezados; faze recair o opróbrio deles sobre as suas cabeças, e faze com que eles sejam um despojo numa terra de cativeiro.

 Não cubras a sua iniqüidade, e não se risque de diante de ti o seu pecado, pois que te provocaram à ira na presença dos edificadores.

 Os dois, Esdras e Neemias trabalhavam juntos para os cultos ao verdadeiro Deus, em Jerusalém.

Os primeiros passos que Neemias deu quando chegou à cidade de seus pais, foi examinar particularmente as arruinadas fortalezas, e prepara o plano para a reedificação das muralhas, tornando se necessário essa medida por causa da agitação que grassava nas províncias vizinhas. Porquanto, durante o governo dos persas, havia freqüentes guerras entre as províncias do império, não dando o governo central grande importância a essas perturbações, desde que os tributos não deixassem de ser devidamente pagos. Era tal o entusiasmo de Neemias que, levou todo povo a empregar toda suas energias na reedificação dos muros. Foi uma grande obra, que realizou em dois meses, não obstante a oposição, ora aberta, ora secreta, dos governadores das províncias de Samaria. As maquinações de Sanabalat (Samballat) e de Tobias (Tobiyyah) foram de tal ordem que Neemias foi chamado à corte da Pérsia (ou talvez tivesse terminado sua licença;  cf. 2. 6; 13. 6). Todavia no fim de sete anos – o intervalo entre os capítulos 6 e 7 – voltou Neemias a Jerusalém, para reparar o templo e proceder à cerimônia da dedicação dos muros. Na sua segunda visita mandou preparar portas, determinando quando deveriam abrir e fechar. Mas um assunto, mas importante era encher a cidade quase vazia e desolada, de nova população. E realizou isto, mandando retirar, para a cidade, das povoações próximas, uma família em cada dez. também fez uma enumeração do povo, e estabeleceu que os judeus fossem instruídos na lei; reuniu grandes quantias para a reparação do templo e manutenção dos serviços religiosos (Ne. 7 – 8); fez suspender as cobranças de dividas pelos o nobres, a usura dos ricos, e a vendas de muitos dos seu infelizes contemporâneos como escravos (Ne. 5); impôs obrigações ao povo por meio de um pacto solene (Ne. 9); insistiu na

 preservação da santidade do templo, mandando expulsar Tobias e lançando fora toda a mobília que ele possuía em uma sala nos átrios do templo cedida pelo sumo sacerdote Eliasib (Ne. 13. 7-8). Igualmente o afastou dos serviços do templo os sacerdotes que tinham contraído casamento com mulheres pagãs. Contendi com eles, e os amaldiçoei; espanquei alguns deles e, arrancando-lhes os cabelos, os fiz jurar por Deus, e lhes disse: Não darei vossas filhas a seus filhos, e não tomareis suas filhas para vossos filhos, nem para vós mesmos. Não pecou nisso Salomão, rei de Israel? Entre muitas nações não havia rei semelhante a ele, e ele era amado de seu Deus, e Deus o constituiu rei sobre todo o Israel. Contudo mesmo a ele as mulheres estrangeiras o fizeram pecar. O ultimo ato Público que dEle se registra foi o emprego de grandes esforços para restaurar o sábado como dia santificado paras os Israelitas.

 O livro de Neemias: Chave: Restauração.

Acha se no Canon hebraico unido ao de Esdras. O templo tinha sido reedificado durante o governo de Esdras, mas as portas e as muralhas da cidade ainda ficavam em ruínas. Com o livro de Neemias finda a historia do Antigo Testamento.

O cativeiro foi no tempo dos Assírios e Babilônicos, mas a restauração foi no tempo do império da Pérsia.

Propósito, Demonstrar aos remanescentes de Israel o favor de Deus através de Neemias e Esdras na terceira etapa da restauração pós-exílica.

Suas divisões:

I.                     Chegada a Jerusalém, (Ne. 1.1 – 2.20)

II.                    A reconstrução das muralhas de Jerusalém, (Ne. 1 a 6).

III.                  Renovação da aliança,( Ne. 7.73 – 10.39)

IV.                  Registro dos retornaram,( Ne. 7.5-72)

V.                   O grande avivamento e a restauração do culto, (Ne. 7 a 12).

VI.                   Censo de Jerusalém e da vizinhança, (Ne.11.1-36)

VII.                Relação dos sacerdotes e levitas,(Ne.12.1-26)

VIII.               Consagração do muro, (Ne.12.27-47)

IX.                  A correção dos abusos, (Ne. 13).

Um Estudo dos Tipos:

I.               A reconstrução dos muros de Jerusalém considera como um tipo de crescimento do reino de Deus na terra.

a).           Os muros derrubados (1, 3) podem tipificar defesas debilitadas do reino de Deus na terra.

b).           A temporada preliminar de jejum e oração (1. 4-11) pode ser tipo de atitude mental que deve preceder a todos os grandes empreendimentos espirituais.

c).           O sacrifício de Neemias de um importante posto pelo bem da causa (2. 5) pode ser um tipo de serviço sacrificial sempre necessário quando se leva a cabo uma grande obra.

d).           A inspeção da cidade a noite (2. 15,16) pode tipificar a necessidade de enfrentar os fatos antes de começar os trabalho construtivo.

e).           A busca de cooperação (2. 17,18) pode ser tipo de um elemento essencial em toda obra bem sucedida.

f).            O recrutamento de todas as classes (cap. 3.) pode ser tipo da importância de uma organização completa.

II.         Podemos empregar mesmos métodos para vencer obstáculos na obra espiritual.

a).           O escárnio (2. 19) vencido pela confiança em Deus (2. 20).

b).           A ira e o desprezo (4. 3) vencida pela a oração e pelo trabalho árduo (4. 4-6).

c).           A conspiração (4. 7-8) vencida pela vigilância e a oração (4. 9).

d).           O desânimo dos amigos (4. 10-12) vencido com uma coragem constante (4. 13-14).

e).           A ganância egoísta (5. 1-5) vencida pela repreensão e pelo exemplo de abnegação (5. 6-17)

f).            A obra foi concluída, e os inimigos ficaram perplexo pelo constante esforço (6. 1-15)

III         Eventos Finais.

a).           Repetição e exposição da lei da lei divina. (cap. 8)

b).           A confissão dos sacerdotes e dos levitas e a confirmação da aliança. (caps. 9-10)

c).           A chamada do povo para habitar em Jerusalém. (cap. 11)

d).           A dedicação do muro. (cap.12)

e).           As reformas sociais e religiosas. (cap. 13)

Comentário:

O Livro de Neemias leva-nos uma lição quando ao sacrifício, à oração e à tenacidade. Neemias, o personagem principal, renunciou a um cargo de responsabilidade e bem remunerado perante o rei da Pérsia, no ano de 445 a.C., a fim de construir os muros de Jerusalém e congregar os judeus como nação (1. 1 – 3. 32). Seus trabalhos provocaram a intensa oposição de homens poderosos, mas Neemias se sobrepôs às ameaças, adotando sábias medidas defensivas (4:1-23). Solucionou a falta de unidade interna enfrentando o problema mediante exemplo pessoal digno (5:1-19), e resolveu as acusações falsas mediante discernimento e coragem (6:1-14).

Terminada a reconstrução dos muros, tomou medidas para que a cidade estivesse plenamente habitada (6:15 - 7:73), mas, acima de tudo, tomou providências para que Esdras lesse a lei a fim de que o povo pudesse reger sua vida por ela (8:1-18). Ele e o povo confessaram os pecados nacionais, buscaram o perdão divino, e renovaram a aliança com Deus (9:1 - 10:39). Foi trazida gente da cidade, fizeram-se preparativos para os cultos de adoração, e os muros foram consagrados (11:1 - 12:47). Mas com o decorrer dos anos, o fervor do povo começou a declinar, e Neemias viu-se forçado a introduzir novas reformas, mesmo em face da oposição. (13:1-31).

O livro mostra a necessidade da oração e de uma atitude firme na obra de Deus. As orações de Neemias constituem um excelente exemplo.

Conclusão:

Os eventos de Neemias abrangeram onze anos.

Embora tenha enfrentado forte oposição dos samaritanos e dos judeus libertários que se ressentiram com o novo governador, Ele completou os muros em 52 dias com ajuda de judeus fiéis e os guardas a postos nos portões.

Com as leis determinadas por Neemias à situação econômica que era terrível foi estabilizada, e com os conselhos de Esdras decretou uma legislação que elevou em muito o padrão moral da comunidade

A fim de aumentar a população da cidade, Ele ordenou que um a cada dez judeus em Judá, fosse viver em Jerusalém.

Com a sua volta a Pérsia, por volta de 433 a.C. e permanência de 1 ano, Tobias o amonita, (descendente de Amon, filho da conseqüência do porre de Ló, que bebeu e engravidou sua filhas). Veio a ocupar uma área sagrada no templo, coisa que nenhum gentio tinha permissão para ocupá-la, Neemias quando retorna o expulsa.

Um líder diferenciado providenciou os meios animou traçou o plano e meteu a mão na obra.

É a prova cabal de que Deus sempre cumpre o que diz, pode levar pouco tempo como também muito tempo

Deus não é homem, para que minta; nem filho do homem, para que se arrependa. Porventura, tendo ele dito, não o fará? Ou, havendo falado, não o cumprirá? (, Nm. 23. 19).

 Samuel da Silva – Vice-superintendente e Professor da Escola Bíblica Dominical – Igreja Assembléia de Deus. Camaçari – Ba.

Fontes: J. Stafford Wright Licenciado em Teologia - bíblia digital

Livro: Todos os Personagens da bíblia de A a Z – RICHARD R. LOSCH

Dicionário Bíblico: João B. Ribeiro Santos.

Pequena Enciclopédia Bíblica – Orlando Boyer

Bíblia de Estudo Thompson