A sociedade, hoje, é
convencionada por modismos que invadem o cotidiano das pessoas, influenciando e
ditando regras e modelos de comportamento que muitas vezes não condizem com a
realidade do indivíduo, obrigando-o a aderir a um estilo ou posicionamento qualquer
que objetive aceitação pelo grupo social ao qual pertence ou queira pertencer.
Isso acontece independente de personalidade, pois, a coerção capitalista impera
e rege as tribos existentes. Os grupos cobram padrões e o indivíduo reage.
Aderir a todos os modismos trata-se também de praticidade, afinal, objetiva-se
a aceitação; em contrapartida, a alienação a todos estes preceitos seria o
mesmo que condenar-se à exclusão e ter que enfrentar uma batalha psicológica,
pois ser “o diferente” dos demais gera estranhamento e as pessoas não estão
preparadas para manter-se seguras diante de críticas e rejeições. Diante da
facilidade de acesso a informações, o papel da mídia é, com certeza, incisivo
no comportamento social e ideológico do indivíduo, divulgando a “cultura do ter
e do descartável” de forma avassaladora e irresponsável; criando e impondo
tendências e exterminando a individualidade a cada modismo pré-estabelecido
para um curto intervalo de tempo, onde, na maioria das vezes, estão muito
distantes dos verdadeiros anseios do ser humano. A idéia de uma imagem a ser
seguida, tida como padrão de beleza ou comportamento é cada vez mais explorada
e as pessoas passam a necessitar de representações ditadas por outros, como
forma de obter algum referencial para sua existência. Os conceitos são
facilmente modificados e o modelo a ser seguido acaba sempre por valorizar o
igual. O excesso de informações também é um sério problema, pois o acesso é tão
fácil e rápido, que um turbilhão de conhecimentos é despejado diante das
pessoas a cada minuto, não sendo possível avaliá-los com total veracidade e
consistência, gerando confusão quanto ao necessário e o supérfluo, o valor
permanente e o desejo momentâneo. Esta falta de valores e parâmetros que
remetem à construção da própria identidade faz com que, cada vez mais, as
pessoas necessitem tomar para si algo que não é propriamente delas. Quem perde
é a própria sociedade, que não está sendo composta por sujeitos responsáveis,
críticos e senhores dos próprios desejos, e o conceito de identidade acaba
sendo construído sob uma base frágil e privada de autenticidade, onde o valor
maior é o “ter” e não o “ser”. Em meio a esta situação, o indivíduo se perde
dentro de seus próprios conceitos de moral, comportamento e beleza, resultando
na distorção de valores, diluição da concepção de individualidade e
conseqüentemente a perda da própria identidade, onde, talvez, a única forma
capaz de reverter esta situação gerada pelo Capitalismo desenfreado seja uma
reavaliação de valores – uma ressignificação, baseada no bem individual e
também coletivo.
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