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25 de junho de 2011

Descendo do palácio para ver seus irmãos


 Mensagem do Pr. Josaphat Batista*        
O povo Hebreu já vivia cerca de IV séculos como servos ou escravos do governo Egípcio, e agora, a história desse povo estava prestes a mudar de rumo, pois lá estava o menino Moisés o qual Deus já havia confirmado que tinha algo incomum na vida Dele desde o seu nascimento e infância (Êx 1:1-22; 2:1-10). Por isso foi chamado de “Moisés” que significa “tirado das águas” (Êx 2:10).
          Depois que Moisés foi amamentado pela sua própria mãe, algo que não era previsto por Joquebede depois de ter colocado o menino em uma espécie de um cesto no Rio Nilo, a mesma foi assalariada para tal serviço (Êx 2:8,9), e só assim devolvendo mais tarde o menino para a filha de Faraó que criaria o menino a capricho da tradição do Império (Êx 2:10), (ainda bem que os primeiros ensinamentos para a criança foi dado pela sua Mãe biológica, Joquebede, que certamente instruiu a criança no ensinamento dos seus pais, que não era outro se não o Deus de Abrãao, Isaque e Jacó). Alguns Teólogos chegam a afirmar que a criança ficou com sua mãe até faixa de cinco anos de idade, período que os Psicólogos dizem ser importante na aprendizagem do indivíduo e que poderá refletir na faixa adulta, e foi o que aconteceu.
          Durante o período de quarenta anos que viveu Moisés no palácio, desfrutou ele de algumas regalias que lhes era de direito. Viveu ele como príncipe na Coorte, aprendeu a ciência da época que até os dias de hoje nos surpreende; foi preparado nas artes de guerra e da política, na administração e conceitos da lei, e etc. Entendemos também que Moisés cursou na melhor faculdade dos seus dias, algo que não era do alcance de qualquer um. Por certo, não lhe faltava nada. Eu fico imaginando quando Moisés passava pelos funcionários do palácio ou os servos de Faraó, como era que eles se posicionavam diante de Moisés o sucessor do governo no império, parece que eu os vejo se curvando perante o Hebreu e lhe servindo a todo instante, pois eles estavam diante daquele que estava sendo preparado para assumir posteriormente o trono de acordo com o sistema político e tradicional do Império.
          Meus queridos irmãos, sinceramente, o que me chama a atenção e me deixa alarmado, é que Moisés diante de toda essa autarquia e benesses que lhe foi outorgada, ele deixou-nos um exemplo de sua ação corajosa e destemida de: “DESCER DO PALÁCIO PARA VER SEUS IRMÃOS”, que belo exemplo a ser copiado por muitos que, muitas coisas aprendem nessa vida, menos essa postura que teve  Moisés que por causa disto o Senhor o tomou para si para levar a um lugar melhor. Tenho certeza de que, quando Moisés subia as luxuosas escadas do palácio, ele ao mesmo tempo lembrava que tinha de descer, pois a vida não consiste somente em subir e principalmente quando a subida não faz parte da chamada de um homem ou mulher de Deus. Quantos em nosso meio que acham que de uma vez que “subiram” não precisa “descer”, mas se ostentam no seu pedestal carnal e presunçoso, esquecendo-se daqueles que estão em baixo e precisam de auxílio.  Na verdade, o que Moisés tinha de mais relevante na sua vida palaciana, era a prática de defender e ajudar seus irmãos, algo que tinha sido feito por um Governador do Egito anteriormente chamado, José (Gn 45:15-28). Por falar no generoso José, qual não foi a súplica que teve o seu irmão Judá quando em processo de quebrantamento disse: “porque como subirei eu ao meu pai, se o moço não for comigo”? Oxalá fosse de todos a preocupação que teve Judá de só subir se o seu irmão “subisse” com ele também! Hó que saudade nos dar do inicio da igreja primitiva em que os irmãos “subiam juntos” (... Pedro e João subiam juntos... At 3:1). E olha que Deus prometeu ao Patriarca Jacó que se ele descesse o Senhor o faria subir (Gn 46:4). Ou não foi essa também a recomendação de Deus para o profeta Jeremias? (Jr 18:2).
          O certo é, que Moisés “DESCEU DO PALÁCIO PARA VER SEUS IRMÃOS” (Gn 2:11), que traduzindo para uma linguagem bíblica, é sinônimo de amor pelo próximo, companheirismo, irmandade, é ser solidário e possuir o mesmo sentimento que teve Cristo Jesus (Fl 2:5). Que pena que são poucos os que praticam essa verdade, pois estamos vivendo dias difíceis aqui na terra em que pessoas no nosso meio só descem para ver seus irmãos quando é época de política (secular ou religiosa) no afã de conquistar seus irmãos que já estão a tanto tempo esquecido (se é que ainda o tens como irmãos), alguns até trajados de promessas nocivas, onde com o passar do tempo o esquece ou então “nos veremos na convenção”. Há outros que só desce do seu palácio pra ver os seus irmãos, quando é possível cantar com uma venda absurda de cd´s, dvd´s e quando não, deixa de ser irmão e passa a ser primor, parentesco inválido para a aprovação bíblica que nos diz que somos irmãos em Cristo Jesus! E porque não lembrarmos aqui também de alguns pregadores que metidos de pouse arrogante só desce do palácio para ver seus irmãos se o cachê for altíssimo e se a igreja não for capaz de acompanhar a sua altivez, para eles tais igrejas não passam de “igrejinhas”. Não são poucas as pessoas que permeiam em nosso meio e precisam urgentemente  de aprender esta lição com Moisés (humildade), que não teve por maior valor as regalias do palácio, mas optou por algo mais sublime, honroso que é da própria essência do nosso Deus a saber: “Compaixão ou misericórdia (I Cr21:13; Sl 100:5,17). Afinal, Moisés já havia aprendido esta lição com Deus que “DESCEU DOS ALTOS CÉUS PARA SOCORRER O SEU POVO QUANDO ESTAVAM EM MOMENTOS DE AFLIÇÃO (Êx 3:7,8).
          O “palácio” na vida de muitos pode estar representado pela posição eclesiástica,  intelectualidade, riquezas, nos bens que possui, na vaidade que lhes cerca, fama, orgulho, perfeccionismo, e alguns caprichos carnais da mesma natureza. Meu Deus! Quantos não estão envolvidos nesse pecado que assola tanta gente e quantos não precisam de libertação? Portanto, não nos enganemos com os tais que só lembram-se dos irmãos só quando há interesses próprios, esquecendo-se que assim os ímpios fazem também, enquanto fomos chamados para fazermos diferença, ou então, evangelho não seria mais evangelho, e sim meramente “evangelo”.
          Queridos irmãos, nada temos contra aqueles que com um coração puro realizam a obra de Deus com afinco, amor e sinceridade, mas temos protesto de rejeição contra os “interesseiros” que nem se quer faz lembranças daqueles que são do mesmo pai e tens as mesmas origens pelo sangue purificador de Jesus (I Jo 1:7-9).
           Vamos fazer nossa a ação que teve este servo de Deus chamado Moisés! Vamos descer do palácio em que nos encontramos, pois quem sabe, se esse não é o momento em que o nosso irmão mais precisa da gente? Esse nosso irmão pode está perto de nós ou talvez possa ser que esteja longe, não importa! O que não pode é ficarmos hipnotizados com a luxúria palaciana que é efêmera e destrutível. É bom lembrar que a palavra “palácio” começa com a letra “P”, então “PASSA”, mas aquele que faz a vontade de Deus, segundo a bíblia, permanece para sempre. ALELUIA!
          Cristianismo ou evangelho com a ausência do amor ao próximo é uma contradição as sagradas Escrituras e pela mesma está condenada, impugnada, pois a lei do Senhor nos ensina que para nós provarmos Deus em nossa vida, se faz necessário lembrarmo-nos dos nossos irmãos, lembrança essa que implica  na ação do amor ao menos favorecido e principalmente aos domésticos na fé (Gl 6:10). Contudo, que o Senhor nosso Deus nos ajude a deixarmos a nossa jactância e que possamos “DESCER DO PALÁCIO PARA VER NOSSOS IRMÃOS” em tempo oportuno. Que haja também uma reflexão em cada um de nós e que possamos identificar qual o nosso palácio. A posição? A antipatia? A inveja? A concorrência desenfreada? O preconceito? As distinções? A carnalidade? Quem sabe outras que não foram escritas aqui?
          Sabemos que o nosso alvo é “subir”, mesmo assim precisamos “descer”, pois na ótica Divina, “descer” é subir. Sendo assim, confronta a ótica humana que só tem pretensões e inclinações de “subir” não lembrando que quando paramos de “descer”, também paramos de “subir”. Então, quem quiser “subir”, “desça” e quando “descer” lembre-se do seu irmão, porque depois de está lá em cima se torna mais difícil para alguns.
         Que Deus tenha misericórdia de nós! Eu já vou descendo...!
  
Comentarista
*Pastor Josafá Batista  Credenciado CEADEB 5.651 - CGADB 28.509 –
Presidente da Assembléia de Deus na cidade de Ibotirama-Ba. Pós-Graduado em Docência do Ensino Superior, Bacharel em Teologia Convalidado pelo MEC, Membro do CEECRE (Conselho Estadual de Educação e Cultura Religiosa), Conferencista, Seminaristas, Escritor e fundador dos Congressos EBD no Campo de Camaçari-Ba.

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