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13 de maio de 2011

Subsídios - lição Os Dons de Poder

O livro de Atos ressalta a continuação dessa obra na Igreja...
Texto Bíblico: Atos 8.5-8; 1Coríntios 12.4-10

INTRODUÇÃO
I. O DOM DA FÉ
II. OS DONS DE CURAR
III. O DOM DE OPERAÇÃO DE MARAVILHAS
CONCLUSÃO

OS DONS DE PODER

E a outro, pelo mesmo Espírito, a fé.
“Outro” (gr. heteros) significa “outro de um tipo diferente”. Em outro lugar nesta passagem, “outro” (gr. allos) significa “outro do mesmo tipo”, por exemplo, outro crente (outro membro da assembleia local reunida). Paulo pode estar usando, heteros aqui para marcar uma diferença nos dons antes e depois, em vez de significar um tipo diferente de crente. Possivelmente, a palavra da sabedoria e a palavra da ciência possam ser consideradas a comunicar luz e os cinco dons seguintes, a comunicar poder – não à inteligência, mas à vontade. Ou ele pode estar apenas lembrando aos coríntios que nem todos serão usados em todos os dons. Ou pode ter colocado a palavra da sabedoria e a palavra da ciência à parte, porque os coríntios também foram associados com a sabedoria e a ciência natural, e precisavam destes dons de modo especial.

O dom da fé (1 Co 13.2) não é a fé salvadora, mas deve ser considerado como um dom que vai ajudar ou beneficiar todo o corpo local. Pode ser considerado como um dom especial da fé para uma necessidade particular. Alguns o definem como “a fé que move montanhas”, trazendo manifestações incomuns ou extraordinárias do poder de Deus. Mas da mesma maneira que a palavra da sabedoria é uma dotação específica de uma palavra para satisfazer a necessidade de sabedoria, assim o dom da fé pode ser uma dotação específica de fé para satisfazer a necessidade do corpo como um todo (cf. o que Paulo fez no meio de uma tempestade [At 27.25]).

E a outro, pelo mesmo Espírito, os dons de curar.
“Dons” e “curar” (curas) estão ambos no plural em grego. Isto pode indicar que há vários dons para curar vários tipos de doenças e enfermidades. Ou pode significar que o Espírito Santo que usar uma variedade de pessoas para ministrar estes dons. Ou pode ter o sentido de que os dons do Espírito não curam somente um item da doença ou enfermidade, mas tudo o que esteja errado. Ele quer curar a pessoa completamente.

Também nos informa que ninguém pode dizer: “Eu tenho o dom de curar”, como se este dom pudesse ser possuído e ministrado ao bel-prazer da pessoa. Cada cura necessita de um dom especial, que é dado não à pessoa que ministra o dom, mas por meio daquela pessoa para o indivíduo doente, de forma que Deus recebe toda a glória. Ele é quem cura (At 4.30).

Quando Pedro disse ao coxo à porta Formosa: “O que tenho isso te dou” (At 3.6), “o que tenho” está no singular em grego e significa que o Espírito deu a Pedro um dom específico para o coxo. Pedro não tinha um reservatório de dons de curas. Ele tinha de receber do Espírito um novo dom para cada pessoa a quem ele ministrava. Esta verdade ainda permanecesse em nossos dias. Embora Tiago 5.14,15 nos diga que chamemos os presbíteros da igreja, se isso não é possível, o Espírito Santo pode usar qualquer membro do corpo para ministrar os dons de curas para o doente.

E a outro, a operação de maravilhas.
“Operação de maravilhas” (gr. energēmata dunamenōn, “atividades da operação de maravilhas” ou “das operações de milagres” – outra vez dois plurais) sugere muitas variedades de milagres ou ações de poder grandioso e sobrenatural. O termo energēmata é muitas vezes usado para se referir à atividade divina (Mt 14.2; Mc 6.14; Gl 3.5; Fp 3.21) ou à atividade de Satanás (At 13.9-11). “A palavra grega traduzida por ‘milagres’ (gr.sēmeion) em João enfatiza seu valor de sinal para incentivar as pessoas a crer e continuarem crendo. O livro de Atos ressalta a continuação dessa obra na Igreja, mostrando que Jesus é vencedor.

continua.

OS DONS DE PODER  Subsídio para Lição Bíblica da CPAD
"[...]a outro, no mesmo Espírito, a fé; e a outro, no mesmo Espírito, dons de curar; a outro, operações de milagres; [...]. (1 Co 12.9, 10a, ARA)

Os dons de poder envolve a
 fé (gr. pistis), os dons de curar (gr. charismata iamaton) e as operações de milagres ou maravilhas (gr. evergemata dunameon).

Assim como trabalhamos com os dons de revelação ou saber, apresentaremos várias perspectivas de estudiosos e da literatura pentecostal.

O Dom da fé
 

Não se trata da fé para salvação, mas de uma fé sobrenatural especial, comunicada pelo Espírito Santo, capacitando o crente a crer em Deus para a realização de coisas extraordinárias e milagrosas. É a fé que remove montanhas (1 Co 13.2) e que frequentemente opera em conjunto com outras manifestações do Espírito, tais como as curas e os milagres [...].
 (Bíblia de Estudo Pentecostal, 1995, p. 1756)

Partindo dos pensadores e estudiosos pentecostais, nossa exposição considerará o fator cronológico da publicação de suas obras.

Gee (1985, p. 47-48), entende ser significativo que a fé se encontre em primeiro lugar nesse grupo, pois é o dom básico de todos os outros dons de poder. O dom da fé não deve ser confundido com a fé comum, citada em Hebreus 11.6, e sem a qual é impossível agradar a Deus. Embora a fé comum é também uma dádiva de Deus (Ef 2.8). O dom da fé, conforme Gee, parece que se manifesta sobre alguns servos de Deus, em tempos de crise ou oportunidades extraordinárias. É um magnífico dom, que está presente entre os mais simples servos de Deus.

Na abordagem de Gee sobre o dom da fé, há elementos que sinalizam a sua compreensão de que este dom operou antes do batismo com o Espírito Santo. Ele cita o caso que envolveu Elias (1 Rs 18.33-35), como um dos exemplos mais notáveis "desse revestimento especial de poder". Para Gee:

[...] existe uma ligação íntima entre os dons sobrenaturais do Espírito e o batismo com o Espírito Santo. Os dons espirituais constituíam um dos resultados esperados daquela bênção na vida coletiva e na atividade das assembleias. Estes dons enriqueciam as reuniões das assembleias. Estes dons enriqueciam as reuniões das igrejas, e eram o resultado dos crentes estarem individualmente cheios do Espírito Santo.
 (Ibid., p. 13)

Percebe-se no texto de Gee, que há uma aparente contradição e confusão em sua exposição acerca da manifestação dos dons manifestarem-se antes ou depois do batismo com o Espírito Santo. Escrevendo sobre a palavra da sabedoria, Gee (Ibid.,
 p. 32-36), afirma que aquele dom se encontra registrado na lista de manifestações do Espírito Santo, é parte peculiar do revestimento de poder do Alto, que desce sobre os crentes somente ao receberem o Espírito Santo. Já no caso do dom da fé, cita Elias como um exemplo notável da manifestação deste dom.

Para Conde (1985, p. 105), este dom se manifesta ainda hoje entre o povo pentecostal:

Conhecemos missionários, missionárias e evangelistas, que exercitaram o dom da verdadeira fé, quando saíram para os campos a trabalhar, sem a promessa de auxílio quer de igrejas, quer de particulares. Pela fé, venceram, fundaram igrejas, as bênçãos desceram, o Espírito Santo confirmou e o trabalho marcha vitorioso. É em circunstâncias semelhantes que se exercita o dom da fé.

Silva (1996, p. 96), ao escrever sobre a fé como dom de poder, a define como:

[...] uma operação completamente sobrenatural do Espírito Santo, capacitando a mente humana para uma confiança sem igual no poder de Deus, a de que Ele pode realizar qualquer coisa que lhe apraz. O Espírito Santo opera no mais profundo do coração humano, produzindo uma reação imediata da alma e levando-a à certeza e à evidência.

Silva declara que foi através desta fé especial que Jesus transformou água em vinho, multiplicou os pães e os peixes, acalmou a tempestade, expulsou demônios, curou enfermos e ressuscitou mortos.

Para Souza (1998, p. 159), o dom da fé comanda os dons de poder, havendo dessa forma estreita correlação entre eles. Souza classifica a fé da seguinte forma:

-
 Fé Natural. A capacidade que todo homem tem de crer num ser supremo (Rm 1.19,20);
-
 Fé Comum. Trata-se da fé que todas as pessoas regeneradas possuem. É a fé que se expressa verdadeiramente através de uma vida de obediência, consagração a Deus e de boas obras (Rm 10.17; Gl 5.22; Ef 2.8; Hb 11.6; Tg 2.14-26; Tt 1.4; Jd 3);
-
 Fé, Dom do Espírito. É a fé que provêm diretamente de Deus, sobrenatural, que ultrapassa todas as concepções e criatividades humanas e se torna a fortaleza e a segurança da alma, pela qual considera as coisas as coisas que não são como se já existissem (Mc 9.23; 11.22; Hb 11.1).

O dom de fé "habilita o crente a aceitar como realidade todas as promessas de Deus e agir na certeza plena de que Deus vai cumprir a sua Palavra" (Ibid., p. 171)

Horton (1999, p. 296), segue o mesmo conceito de que não se trata da fé comum (ou salvífica), ou da fé (fidelidade) manifesta no fruto do Espírito. Para ele, o dom da fé pode ser transmitido ou comunicado pelo Espírito Santo à Igreja, através de um cântico, de uma oração, de um testemunho, ou da pregação (At 4.31; 2 Co 3.4-6; Gl 3.2, 5).

Bergstén (1999, p. 132), afirma que "este dom em ação gera uma atmosfera de fé, que dá a convicção de agora tudo é possível (cf. Jo 11.40-44; Mc 9.23). Jesus fez menção ao dom da fé quando disse: "Aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço, e as fará maiores do que estas (Jo 14.12)". Em suas referências e citações, Bergstén inclui Daniel como portador deste dom (Dn 3.25-28; 6.23).

Chown (2002, p. 84), entende que "Por este dom, o crente é, portanto, revestido do poder sobrenatural de confiar em Deus em situações que só um milagre poderia alterar; de confiar quando tudo está aparentemente perdido; de confiar mesmo quando não há a mínima esperança de solução".

Chown, percebe também a manifestação deste dom na vida de personagens do Antigo Testamento:

"Esta fé, que convida à intervenção divina, foi demonstrada por Moisés [...]" (Ibid., p. 84)

"Daniel tivesse causado a morte das feras, isso poderia ser entendido como dom da operação de milagres; no entanto, ao permanecer no meio desses famintos e ferozes animais sem sofre dano, Daniel evidenciou o dom da fé." (Ibid., p. 87)

"O profeta Elias revelou um grau extraordinário de fé, nesse episódio, ao demonstrar uma confiança inabalável na intervenção de Deus no desafio lançado aos profetas de Baal." (Ibid., p. 90)

"Foi pelo dom da fé que Abraão, aos cem anos de idade, foi agraciado com o herdeiro que Deus lhe prometera (Gn 21.5)." (Ibid., p. 93)

Para Gilberto (2006, p. 71): "Trata-se da fé chamada 'fé especial', 'fé miraculosa'."

Segundo Cabral (2011, p. 50), "[...] esse tipo de fé tem um caráter distinto, porque o mesmo é concedido com a finalidade de realizar proezas em nome do Senhor."

Analisando as várias concepções acerca do dom da fé aqui citadas, pode-se perceber que este dom atua passivamente ou ativamente, ou seja, faz com que o crente receba livramentos ou bênçãos da parte de Deus, para a glória de Deus e edificação da Igreja, ou faz com que o crente realize coisas grandiosas pelo poder de Deus, para a glória de Deus e edificação da Igreja.

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