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17 de março de 2011

Deus e o Casamento


Texto: Mt 19.3-12

Introdução

O Casamento é “a união corporal e espiritual mais profunda entre o homem e a mulher”. Quanto criou o homem, Deus declarou que ele não estaria completo sem uma companheira e lhe deu uma mulher. Portanto, foi o Criador quem criou o casamento, como algo bom e até necessário para o homem. 
O Senhor Jesus Cristo e o apóstolo Paulo citam a declaração divina basilar para a união entre o homem e a mulher: “Portanto, deixará o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne.” (Gn 2.24; Mt 19.5; Ef 5.31), mostrando a determinação da vontade divina para esta união em todas as épocas.

Deus Criou Um Relacionamento Exclusivo

O Senhor criou o casamento para ser uma união exclusiva entre um homem e uma mulher. Isto fica claro na Sua declaração: “serão uma só carne”, que evidencia esta união como total (física, emocional, intelectual e espiritual), o que exclui a possibilidade da poligamia. Ninguém poderia ter uma união total com mais de uma pessoa por vez. “A união física no casamento tem um sentido espiritual por ir além de si mesma até a unidade total do marido e da mulher, que é essencialmente uma união espiritual. Este fato é ressaltado pelo uso que Paulo faz da linguagem da união conjugal para simbolizar a unidade de Cristo com Sua igreja (Ef 5.22-33)” .
Quando Cristo falou sobre o assunto ele declara que no principio o Pai planejou este relacionamento exclusivo e ainda declara: “Portanto, o que Deus ajuntou, não o separe o homem.” (Mc 10.5-9). Assim, para Jesus o casamento é uma união indissolúvel, em que dois se tornam um e que somente a morte pode separá-los.
“Foi Deus quem tornou possível essa união (Gn 1.27); e deu o mandamento para “serem fecundos” (Gn 1.28). Também foi Ele quem disse: “Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea” (Gn 2.18). Foi também Deus que trouxe Eva para Adão, para que ela se tornasse sua esposa (Gn 2.22). De fato, de cada ângulo que olhemos, foi Deus quem estabeleceu o casamento como uma instituição divina (Gn 2.24; Mt 19.5,6)” .
“O Casamento relega outros vínculos humanos a um papel secundário”. O envolvimento emocional e espiritual que antes era provido pela relação pai/filho agora passa a ser realizada no casamento, o que exige maturidade para uma relação a dois. Aquele que não tem maturidade para escolher uma esposa e manter com ela um relacionamento vitalício não deve aventurar-se na constituição de um casamento, mantendo-se solteiro. Os discípulos entenderam a afirmação do Mestre e disseram: “assim não convém casar”. O Senhor afirmou que, de fato, isto não é para todos, mas para aqueles que receberam uma condição de serem maduros o bastante para este relacionamento.

Deus valoriza igualmente homem e mulher no casamento

Diferentemente da posição adotada nas sociedades antigas, Deus revela na Bíblia que homens e mulheres são iguais perante Ele. Fica clara esta posição na expressão “uma só carne”. O apóstolo Paulo demonstra a mútua dependência entre os gêneros, na relação do casamento (1 Co 11.11,12), elevando a as mulheres a uma posição de igual dignidade com os homens.
Entretanto, apesar de terem o mesmo valor, homem e mulher recebem de Deus papéis diferentes no casamento. Há uma hierarquia de função e de autoridade e não de valor e esta hierarquia é determinada pela ordem da criação (1 Co 11.8-10).
Ao homem o Criador deu o papel de cabeça da família e à sua esposa, de sua auxiliadora. A subordinação da esposa ao marido deve ser efetuada de boa vontade, pois Deus coloca sobre o marido a responsabilidade pelo bem-estar do relacionamento conjugal, como parte da sua função de “sacerdote do lar” (1 Tm 3.4-5). Os filhos devem, portanto, igualmente honrar pai e mãe, conforme o mandamento divino (Ex 20.12; Rm 1.30; Ef 6.2).

Deus odeia o Divórcio

Deus permitiu ao homem dar carta de divórcio à sua mulher, se encontrasse nela “coisa indecente”, provavelmente alguma conduta sexual imprópria e grave. O Senhor, assim, regulamenta o divórcio, mas não o recomenda nem o aprova. Pelo contrário, o profeta Malaquias anuncia a vontade divina: “Deus odeia o divórcio” (Ml 2.16) e condena a infidelidade. O divórcio era apenas uma permissão e não um mandamento.
Nos dias de Jesus havia uma disputa sobre os motivos válidos para o divórcio. O Mestre responde aos fariseus fazendo uma referência a intenção original de Deus (Mt 19.4; Mc 10.6) e afirmando a indissolubilidade pretendida pelo Criador. O casamento corresponde ao padrão estabelecido por Deus, na criação, para o relacionamento sexual pessoal. Em seguida Cristo coloca o divórcio e o novo casamento na categoria de adultério (Mt 19.9). Quebrar o mandamento: “Não adulterarás” (Ex 20.14) é uma infidelidade a uma aliança, um ato grave e pecaminoso. A questão do divórcio era algo tão severo que levou João batista a ser decapitado (Mt 14.3,4).
Ao afirmar que Moisés permitiu o divórcio “por causa da dureza dos corações” Jesus afirma que o divórcio é uma expressão da pecaminosidade humana e não do projeto divino. Até mesmo a opção “não sendo por causa de prostituição” deve ser visto apenas como uma permissão, pois o caminho do perdão e da reconciliação, apesar de mais difícil é sempre o recomendado por Cristo (Lc 17.4).
Na sociedade grega, tanto o homem quanto a mulher poderiam instaurar um processo de divórcio. No entendimento judaico, apenas o homem poderia fazê-lo. Mas a orientação da Palavra de Deus é que o cristão, mesmo casado com uma incrédula, se esta consentir em viver com ele, não se divorcie (1 Co 7.12,13). Assim, se for possível, o casamento deve ser preservado sempre, mesmo havendo divergências religiosas entre os cônjuges. O cônjuge incrédulo pode ser conduzido a Cristo pelo comportamento do crente (1 Pe 3.1).
Aos ministros do evangelho Paulo ordena veementemente que sejam “maridos de uma só mulher” (1 Tm 3.2; Tt 1.6). 

Quando Deus considera alguém casado

A Bíblia não declara explicitamente em que ponto Deus considera um casal oficialmente casados. Vejamos algunas opiniões comuns: 
1) Quando o casal é casado legalmente. 
Deus ordena que todos se submetam ao governo, contanto que o que está sendo exigido seja razoável e não contradiga a Sua Palavra (Rm 13.1-7; 1Pe 2.17). Se as autoridades governamentais exigem um registro de casamento é bom obtê-lo. Entretanto, casamentos existiam antes de qualquer organização de governo e as pessoas se casavam antes mesmo de um registro de casamento existir. Até hoje, há alguns países que não têm nenhum reconhecimento governamental de casamento e/ou nenhum requisito legal para isto.

2) Quando eles tiveram uma cerimônia formal de casamento. 
Alguns estudiosos entendem a entrega de Eva a Adão como Deus administrando a primeira “cerimônia” de casamento (Gn 2.22). Jesus também estava presente em uma cerimônia de casamento, o que comprova que ele aprovava tal cerimônia (Jo 2.1-11), mas não indica que Deus a exija. Quase todas as culturas na história da humanidade têm tido algum tipo de cerimônia formal de casamento e este tipo de evento é aceitável por Deus.

3) No momento que o casamento é consumado pela relação sexual. 
Alguns argumentam que se um homem e uma mulher têm sexo, então Deus os considera casados, pois a relação sexual entre um marido e sua esposa é a suprema concretização do princípio de “uma carne” (Gn 2.24; Mt 19.5; Ef 5.31). Neste sentido, relação sexual é o “selo” final no contrato de casamento. No entanto, se um casal é legalmente e cerimonialmente casado, mas por algum motivo não pode praticar relações sexuais, isso não significa que não são considerados casados. Não é bíblico declarar como casados um casal que teve relações sexuais mas que não observou nenhum outro aspecto do contrato de casamento. Passagens como 1 Co 7.2 indica que sexo antes do casamento é imoralidade. Se relação sexual leva um casal a tornar-se casado, não poderia ser considerado imoral, já que o casal seria considerado casado no momento que praticou relação sexual. Não há nenhum sustento bíblico de que quando um casal solteiro tem sexo, eles podem se declarar casados e, portanto, declarar relações sexuais futuras como sendo morais e que honram a Deus. O sexo antes do casamento, incluído no termo bíblico fornicação ou relações sexuais ilícitas, sempre está errado (1 Co 6.9-11,18; 7.2; Gl 5.19; Hb 13.4).

Conclusão

O casamento, aos olhos de Deus é uma união total e exclusiva entre um homem e uma mulher. Contanto que os requisitos sejam razoáveis e não vão contra a Bíblia, um casal deve procurar ter qualquer forma de reconhecimento formal do governo que é disponível. Também os casais devem seguir quaisquer práticas culturais e familiares que são utilizadas para reconhecer um casal como “oficialmente casados” e, se possível, devem consumar o casamento através da união íntima. Os cônjuges devem viver em fidelidade e dedicação um ao outro enquanto os dois viverem, pois o Senhor não aprova o divórcio.

Leitura recomendada:
ELWELL, Walter A. Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã. Verbete Casamento, Teologia do. São Paulo: Vida Nova, 2009. 
HENDRIKSEN, William. Comentário do Novo Testamento. Marcos. São Paulo: Cultura Cristã, 2003.

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