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21 de outubro de 2013

A Transfiguração de Jesus

O TEXTO EM PROFUNDIDADE

A Transfiguração de Jesus:Mt. 17.2. (Mc.9.1-13. Lc.9.28-36)
A gloria vista no Cristo transfigurado era a mesma nuvem de gloria que brilhou tanto no Tabernáculo e no templo. Mais tarde, ela foi retirada por causa do pecado de Israel, mas, depois, retomou para confirmar o nascimento de Cristo aos pastores, e, para receber Cristo em sua ascensão. Estevão veria a gloria de Deus, como também Paulo, e João na ilha de pátmo. Na segunda vinda de Cristo, essa gloria será revelada ao mundo todo. Jesus, mais uma vez, desencorajou o tornar publico aquilo que seus discípulos viram.
A Transfiguração confirmou a vinda de Jesus e seu reino para aqueles três Discípulos, mas sem a confirmação publica que se seguiu a sua ressurreição o testemunho teria sido de pouco valor para provar a identidade de Jesus e teria levantado mais questionamentos do que respostas. Assim, Jesus recomendou que não se falasse nada, ao menos por enquanto.
Contexto. No primeiro século, assim como no judaísmo ortodoxo atual, o tema do "reino" esta intimamente ligado a confiança de Israel de que, um dia, o Messias de Deus chegaria. No primeiro século, muitas aflições sofridas pelo judaísmo tornaram ainda mais intenso o anseio pelo aparecimento do Messias de Deus. A dominação romana significava pesados tributos impostos por estrangeiros que não tinham nenhum direito histórico sobre a terra concedida por Deus a Israel. Pilatos, então governador romano dessa terra, era cruel e indiferente as profundas convicções religiosas dos judeus. Talvez a maior das aflições tenha sido criada pelo aparecimen¬to do próprio Jesus, pois seus ensinos e milagres despertavam um fervor messiânico ainda maior.
Como mostram os acontecimentos que se seguiram, os discípulos de Jesus esperavam que nosso Senhor estabelecesse um reino aqui na terra — e ansiosamente manobravam para conseguir funções de maior poder
Embora a Transfiguração fosse sem duvida uma maravilhosa revelação da natureza essencial de Jesus, no contexto ela era também uma poderosa manifes¬tação da natureza do reino que o nosso Senhor pretendia estabelecer com a sua morte.
Interpretação. A chave para entendermos o pretenso significado da transfiguração e encontrada em na frase "seis dias depois". O que havia acontecido antes dos seis dias? Jesus havia falado sobre a sua cruz e depois a gloria, e feito uma promessa especifica: "Em verdade vos digo que, dos que aqui estão, alguns ha que não provarão a morte sem que vejam chegado o Reino de Deus com poder"
A frase "seis dias de¬pois" faz uma intima ligação entre a transfiguração e a profecia de Cristo sobre a sua morte e ressurreição — e a promessa que fez aos discípulos de que alguns veriam "o Reino de Deus com poder".
Entre os dois, o segundo relacionamento e o mais significativo Embora a transfiguração fornecesse uma confirmação visível da divindade de Cristo, os discípulos, perante os quais Ele havia exibido sua gloria, já o haviam reconhecido através dos olhos da Fe. Porem não haviam reconhecido a natureza do Seu rei¬no: não entendiam a implicação de tomar a cruz e seguir a Jesus a fim de receberem uma nova vida.
Então Jesus transfigurou-se diante deles e, nessa transformação, eles viram "o Reino de Deus com poder". Eles viram Aquele que apareceu em sua encarnação como um homem comum, brilhar de repente com um extraordinário esplendor. O que eles viram era uma verdadeira transfiguração — uma transformação revolucionaria do estado de um ser para outro. Um estado de ser que indiscutivelmente exibia a gloria e o poder de Deus.
E nisso que a transfiguração de Jesus redefine o reino para seus discípulos. Quando, depois da morte e ressurreição de Cristo o reino de Deus vier "com poder", a característica marcante desse reino não será exércitos de anjos marchando para esmagar o poder de Roma. O reino de Deus vem com poder a fim de mudar os seres humanos comuns em seres que escolheram seguir a Jesus. O reino, pelo menos ate a volta de Jesus, consistira em transformação, e não nas conquistas que eles desejavam!
Por que a presença de Moises e Elias ao lado de Cristo no monte da transfiguração? Alguns sugeriram que Moises foi o primeiro revelador do Messias e que Elias devia ser o ultimo, como precursores do Messias. Mas, o mais significativo foi que tanto Moises como Elias terminaram misteriosamente o seu tempo na terra. Apesar das realizações desses dois grandes homens da Fe, eles aparecem como seres humanos comuns — ate o fim!
Certamente existirão evidencias em nossa vida cotidiana quando o reino de Deus vier para nós com poder. Em nossa vida e morte, muitos olharão e verão somente o que ha de comum. Ate o fim!
Quando Jesus vier novamente, brilharemos com uma gloria exatamente igual a sua. Então, seremos totalmente como Ele, completamente transformados, pois "porque assim como é o veremos"
Aplicação. É bom nos preocuparmos com a sociedade e suas mazelas. Como cristãos, devemos cuidar dos pobres e dos oprimidos e fazer todo possível para estabelecer a justiça. Mas nunca devemos nos esquecer de que o atual reino de Cristo esta primeiramente voltado a transformação dos indivíduos, tanto na mente como no coração, e que o poder de Deus esta disponível para conduzir cada ser humano a uma renovação interior e pessoal.

Samuel da Silva - superintendente de EBD; Cursando médio em Teologia BíblicaBíblia de Estudo Palavra Chave - CPAD; Manual de Discernimento Bíblico - Haroldo L. Willmington; Pequena Enciclopédia Bíblica - Orlando Boyer; Comentário Judaico do Novo Testamento; Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento - Lawrence O. Richards. O Novo Comentário Bíblico: Novo Testamento - Earl D. Radmacher. Ronald B. Allen. H. Wayne House.

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